a política na vertente de cartaz de campanha

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Défice, impostos altos, edifícios abandonados e a res publica...

... tudo isto em quatro fotos e cinco parágrafos.


Centro Lúdico de Massamá
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Corria o mês de Agosto de 2005. Uma das típicas obras pré-eleitorais, o futuro Centro Lúdico de Massamá, estava nitidamente atrasada para as autárquicas que se avizinhavam, a 9 de Outubro. Trabalhou-se aos fins-de-semana e em horário nocturno, tendo sido possível erguer o edifício. No dia das eleições já estava pintado, antevendo breve conclusão, mesmo que ainda não tivesse portas nem janelas. As eleições passaram e a obra não avançou mais.

Recentemente, já neste ano, a Câmara Municipal de Sintra deliberou rescindir a Empreitada de Execução do Centro Lúdico de Massamá, incluindo a elaboração dos Projectos das
Especialidades, que havia sido adjudicada à Empresa Nascimento Construções, S.A. Consta que a empresa faliu. Decidiu, ainda, pela abertura dum concurso público para a “Empreitada de Execução do Centro Lúdico de Massamá”. Ambas as propostas foram aprovadas por unanimidade.

Chegado aqui, talvez pense o leitor que o atraso se terá devido à falência do empreiteiro. Há, no entanto, a notar que o empreiteiro não terá falido no dia seguinte às eleições! Além disso, atendendo às datas planeadas para o início e fim da obra e atendendo ao modus opererandi dos nossos políticos, é de presumir que o início da obra foi planeado para que se visse algo feito no dia das eleições mas sem que esta estivesse concluída: obra para inglês ver e sem se ter que gastar o dinheiro que não se tivesse.

Posto isto, o ponto principal consiste no actual estado de degradação do que já havia sido construído. Gastou-se dinheiro para fazer depressa e voltar-se-á a gastar para restaurar o que foi estragado.

Atitudes destas mostram a pouca consideração que os políticos têm pelo dinheiro público e explicam males endémicos como os do título deste texto. Nós, portugueses, toleramos estas posturas e até as achamos normais. Mas poderia ser diferente. Poderiamos exigir políticos responsáveis e responsabilizáveis. É pedir muito? Exigir ou conformarmo-nos faz toda a diferença entre um país desenvolvido e nós, não será?


1 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    Provavelmente o empreiteiro até faliu porque não lhe pagaram esta (e outras) empreitada(s), o que é muito comum nesta coisa de obras públicas. Aliás, actualmente até já é comum nas obras privadas...

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