a política na vertente de cartaz de campanha

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Sobre a TLEBS

Sobre a TLEBS [Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário] e a necessidade da mudança pela mudança, com alguma frequência se tem falado nos últimos tempos.

Não sendo linguista, pouco sei do assunto, excepto que a nova terminologia soa a artificial. Já sobre a pressa com que ela está a ser englobada nos programas do ensino básico, algo me ocorre dizer. Como nos tem habituado o Ministério da Educação, é notória a falta de reflexão e o fazer sem planeamento - absolutamente em cima do joelho - na adopção da TLEBS.

Vasco Graça Moura escreve sobre este assunto, com sabedoria, no DN (http://dn.sapo.pt/2006/11/29/opiniao/a_culpa_responsabilidade.html ):

[...] em Março de 2005, no mesmo mês em que o Governo Sócrates entrou em funções, mas ainda antes, o ministério enviou às escolas uma circular [...] determinando que a TLEBS constituísse uma referência no tocante às práticas lectivas, à concepção de manuais e aos documentos produzidos em matéria de ensino e divulgação da Língua Portuguesa.
O mais elementar sentido de responsabilidade de qualquer alto funcionário imporia se aguardasse mais uns dias ou umas semanas, até que a nova ministra pudesse decidir conscientemente em matéria de tamanha complexidade.

Vasco Teixeira, presidente da APEL [Associação Portuguesa de Editores e Livreiros], confirma que o ministério, não só então, mas posteriormente, induziu os editores a prepararem manuais em conformidade (DN, 23- -11-2006).

E isto quer dizer que alguém se terá aproveitado da situação de transição entre governos para criar um facto consumado...

Tristemente, faz lembrar os episódios de "Yes, Minister" onde eram os funcionários do Public Service a decidir as políticas e o Ministro a dar a cara. Entre nós, pelo menos explicaria porque há (más) decisões que se mantém mesmo quando o ministro muda.