A incapacidade de admitir o erro
"As acusações de desumanidade e insensibilidade feitas ao ME são tanto mais lamentáveis, quando os seus autores, designadamente deputados e dirigentes sindicais, sabem que o ME não tem qualquer intervenção na decisão relativa à aposentação de qualquer professor" in Publico
Por duas vezes, juntas médicas declararam aptas ao serviço pessoas que pouco depois vieram a falecer. Erro grosso e óbvio. Mas o ME em vez de reconhecer o erro e contribuir para que não se repita, prefere a chicana política.
Uma atitude recorrente, este autismo perante o erro. Negar até ao fim. A certa altura alguém perguntará se não tem razão quem assim tão veementemente defende algo. O senão é que em vez de se aprender com o erro, passo consequente da admissão da sua existência, insiste-se na sua inexistência, ficando aberto o caminho para a sua repetição.
Um exemplo? A prova de química do ano passado tinha erros e os critérios de correcção estavam errados*, factos que terão contribuído para as más notas nesse exame.
Em vez de se reconhecer o erro, eliminando as questões com erros e clarificando os critérios de correcção optou-se por explicações criativas e repetiu-se a prova. As consequências já foram mais do que analisadas.
Outro exemplo? Novamente a Física e Química: a prova tem erros e uma questão foi anulada. Mas em vez de se dar a cotação máxima a essa questão, optou-se por uma regra de três simples para classificar essa questão. Má abordagem, claro! Porque um aluno errou parte duma questão, não significa que também tivesse errado parte da questão anulada.
Caso para nos questionarmos sobre a origem da incapacidade de realizar um simples exame que o Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação tem demonstrado. Já houve exonerações por menos, fundamentadas na base do bom serviço. E aqui, o serviço foi bom?
* - Os critérios de correcção definiam que estando errada a resolução da primeira alínea duma questão, em vez de se descontar esse erro e continuar a correcção, toda a questão seria dada como errada.
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