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Dias do Avesso e a cobardia dos bloggers

Hoje, e isto é um abuso de linguagem pois tecnicamente é sábado mas o meu relógio biológico insiste que será sexta-feira até que vá dormir, graças ao programa «Dias do Avesso» da jornalista Isabel Stilwell e do psicólogo Eduardo Sá, que passa na Antena 1, após alguma dissertação sobre "A diferença entre diários e blogs", tive um momento único de esclarecimento, que passo a partilhar convosco.

Para tal, rogadamente peço que primeiro ouçam o programa em causa ou que leiam a transcrição que faço a seguir da respectiva parte relevante.

DIAS DO AVESSO
A diferença entre diários e blogs

2007-09-21
4m48s |
3.42 Mb
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Vai Eduardo Sá dizendo:
«[...] Há uma diferença essencial entre um blog e um diário. Admito que nalgumas circunstâncias um blog possa ser um diário. Mas em muitos momentos eu acho que um diário tem uma dimensão intimista, que acho muito aconchegante, até porque tem este movimento de desabafo diante de si própria, como se de alguma forma se visse ao espelho por dentro e, nesse contexto, eu acho um diário muito bonito. Um blog muitas vezes é um exercício de exibicionismo, na maior parte das vezes tem sido, em muitas circunstâncias, um exercício de cobardia. Adorava que aqueles valentões que desbobinam frases nos blogues fossem capazes dar uma palavra [inaudível] cara a cara. Porque miúdos cobardes, eu não gosto. Acho que nunca vão ser nada na vida, são muito cheios deles próprios [.... inaudível, enquanto Isabel Stilwell comenta "põem o nome das pessoas que atacam mas não põem o nome deles"]. Não nunca são capazes de ir até aí. Nem o número de telefone, nem o sítio onde trabalham, nem "estou aqui". E portanto, pessoas cobardes não ... O mundo nunca se transformou para melhor com a ajuda de pessoas cobardes, é bom que nós tenhamos noção disso.»

Faz algum tempo que me interrogava: Quem sou? O que faço aqui? Para onde vou? E agora tudo se tornou claro. Sou um miúdo cobarde, estou num exercício de exibicionismo e nunca vou ser nada na vida.

Poderá ter toda a razão, mas seu eu não fosse um blogger anónimo nunca viria a ter estas certezas! Obrigado Eduardo.

PS: caro leitor, faça feliz outro blogger anónimo: envie-lhe esta pérola de sabedoria.

PPS: Eduardo, desculpe não lhe dar a cara, nem outra parte do meu corpo, mas se quiser tem o meu email disponível neste blog.


12 comments :

  1. avelaneiraflorida disse...
     

    Em primeiro lugar, o sr. Eduardo deveria saber a diferença entre a escolha de um nick e o anonimato!!!!
    Em segundo lugar, o facto de cada nick ser específico identifica as características de quem o escolhe,caso contrário todos os blogs teriam os mesmos nicks....
    Em terceiro lugar, só os cobardes se aproveitam do verdadeiro anonimato para pazer "copy paste", plágio ou acusações sem ser de frente ao(S) visado(s)...
    Lamento sr. Eduardo...eu continuarei a ser avelaneira florida no meu cantinho e o sr. não tem nada com isso!!!
    "Brigados" por este post!!!!!
    Um resto de BOM FIM de SEMANA!!!

  2. Anónimo disse...
     

    Esse senhor Eduardo que é chamado para tudo e para nada e que acha que a psicologia explica tudo, devia saber conter-se nas asneiras que diz.
    Ele serve para comprovar que a sua teoria está incorrecta, pois é um exibicionista que não usa o anonimato. Certamente que muita gente já o viu na televisão e pode verificar isso mesmo. Fala como se debitasse verdades absolutas saídas da sua cabeça cheia de inteligência. Não há pachorra para estes psicólogos...

  3. Carminda Pinho disse...
     

    Eduardo Sá não é um anónimo?
    Não!
    É exibicionista?
    Claro, de outra forma não escreveria em jornais e nunca comentaria na rádio e na televisão.
    Ele exibe-se, expõe-se, como tal também se sujeita a críticas. E é por isso que eu Carminda Pinho (não tenho culpa de não ser badalada como o sr. E.S) lhe respondo: Eu estou aqui. Tenho uma morada de correio electrónico que poderá ser utilizada, dar-lhe-ei o meu nº de telefone com todo o gosto quando o sr. me der o seu. Não lhe digo onde trabalho porque estou desempregada. E não, não sou cobarde nem sou criança. O mundo nunca se transformará para melhor é com pessoas como o senhor, que debitam opiniões disparatadas (minha opinião) e ainda lhes pagam para isso.
    Por último e com toda a frontalidade lhe digo: Vá à merda!
    disse.

  4. Pedro disse...
     

    Quem tem medo da blogosfera em pleno século XXI???

  5. A. João Soares disse...
     

    Bom post,
    Eu pensava que só eram contra a blogosfera os velhotes da minha geração!!! Mas afinal, há uns pouco menos que imberbes que se atribuem o direito de chamar miúdos cobardes aos bloguistas. Para mim é um elogio, ser considerado miúdo, com esta provecta idade!!!
    Estes senhores da verdade absoluta deviam ter um pouco de bom senso e evitarem fazer generalizações de poucos casos que conheçam. Assino com o meu nome e o e-mail consta na ficha de blogger estando ao alcance de todo o mundo, tal como a Avelaneira Florida, também lhe posso dar outros elementos identificativos, em troca com os seus, embora os seus não me interessem mesmo para nada.

    Cumprimentos
    Do Mirante

  6. Pata Negra disse...
     

    Eu, porco, Rei dos Leittões, orgulho-me de nem sequer saber quem é esse Eduardo Sá! Estou-me nas tintas para o que pensam! Não sou cobarde nem anónimo, sou uma personagem com nome João Rato! Sinto-me bem assim! Não estou só, tenho muitas personagens amigas com quem troco ideias e outras coisas! Este nosso mundo não é mundo dessa gente! Continuemos, essa gente fala e a caravana passa...

  7. Watchdog disse...
      Este comentário foi removido pelo autor.
  8. Watchdog disse...
     

    É... a blogosfera incomoda muita gente...
    Estes dois possivelmente estão "a mando de alguém", talvez até com "as mãozinhas bem untadas", para pôr em descrédito a blogosfera.

    Em alguns casos, até acho a blogosfera demasiado conservadora...
    Para os "atentados" a que somos sujeitos diáriamente... por vezes, até somos brandos demais!...

    Até costumo ler as crónicas da Stillwell e do Eduardo Sá e aprecio o seu trabalho. Mas por vezes, as pessoas decepcionam-nos...
    Mas, errar é humano... "vamos perdoar a quem nos tem ofendido"!


    1 Abraço!

  9. Joaquim Moedas Duarte disse...
     

    Acho uma delícia este Eduardo Sá! Aquela vozinha de quem nos segreda ao ouvido "Não está a doer, pois não?..." enquanto enterra a faca com um sorriso sardónico...

    Nunca comi lesmas com chantilly mas deve ser mais ou menos a mesma sensação...

    Brrrrr...

    Boa malha, Fliscorno!

  10. Zé Povinho disse...
     

    A Isabel mora bem perto de mim e escreveu um livro sobre a Filipa de Lencastre que tem, não erros, mas verdadeiras asneiras históricas, que não abonam muito a sua credibilidade de escritora. Contudo, li diversos artigos na revista do DN, onde escreveu, com os quais concordei muitas vezes. O Outro senhor, que ao que sei colabora com um dos canais televisivos, é-me completamente desconhecido e duvido que conheça também muitos blogues.
    Está na moda atirar pedras à blogosfera, e os dois alinharam na onda, o que não abona nada em seu favor.
    Abraço do Zé

  11. Fliscorno disse...
     

    Avelaneiraflorida,
    "o sr. Eduardo deveria saber a diferença entre a escolha de um nick e o anonimato": pois parece não saber mesmo. Não sabe disso nem, aparentemente, dos restantes pontos que muito bem apontas.







    Anónimo,
    Por acaso fiquei a pensar nessa do exibicionista e pergunto-me se fará sentido a afirmação de ES. Ora se fosse um acto exibicionista, não optaria o blogger anónimo por apresentar a sua identificação?






    Carminda,
    diria que resumir a honestidade do que escreve apenas ao revelar o nome ou uma forma de contacto é uma infantilidade que não esperava dum psicólogo. No que me diz respeito, faço questão de separar a minha vida pessoal da profissional e isso nunca seria possível publicando com o meu nome de baptismo. Imagino que quem precise de ser conhecido para ter sucesso na sua actividade profissional tenha dificuldade em perceber isto...





    Pedro,
    É uma boa questão essa. Na minha opinião, o facto de qualquer cidadão ter a possibilidade de tornar públicas as suas ideias, sem condicionamentos económicos, políticos ou patronais é algo que incomoda muita gente. A tal ponto que há correntes por aí a defender a proibição de publicar sob pseudónimo. O que diria Pessoa se fosse vivo?






    A. João Soares,
    A generalizações são, com frequência, injustas. Transformam o indivíduo, ser com identidade única, num conjunto de valores medianos. É mais fácil lidar com um ser imaginário, um valor estatístico, do que com as infinitas particularidades de cada pessoa.





    João,
    Ora aí está uma boa atitude: sentirmo-nos bem.




    Maria,
    É assim mesmo, umas vezes tempos tempo disponibilidade, outras não :) Hei-de passar nesses links. Olha é não delicio termos um psicólogo de gabarito a gastar tempo connosco e nem termos que lhe pagar um tostão?





    Watchdog,
    sabes, parece-me que precisávamos era... de duas blogoesferas :)
    Achei patético o que ele disse, mas tens razão, por vezes as pessoas erram. E constamos que cresceram como pessoas quando o admitem.





    Méon,
    "lesmas com chantilly" lol boa imagem!





    Zé Povinho
    Atirar pedras à blogoesfera é mais do que uma moda! Diria que nem sempre a concorrência é fácil de aceitar, em especial quando feita por quem não pretende viver do que vai fazendo no seu blog...

  12. Anónimo disse...
     

    Pois eu gosto muito do Eduardo Sá. Mas, pelas suas palavras, parece só conhecer uma parte do mundo blogosfério.

    Há bloggers, que utilizam um nick, e em nada são atingidos pelo exibicionismo.

    E há também o contrário. Mas isso será sempre inevitável.

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