a política na vertente de cartaz de campanha

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Os portáteis dos 150: conclusão

Feitas todas e mais algumas comparações, o que dizer enfim deste programa dos portáteis?

A leitura que faço da situação é que se procurou apresentar um número bombástico que causasse grande impacto na opinião pública. Só assim se percebem certas opções de compromisso como a opção pela Internet móvel quando esta ainda é pouco fiável; como ter-se optado pelas velocidades mais baixas da Internet móvel; ou como a inclusão dum custo escondido, o contrato de fidelização.

Tecnicamente, os portáteis disponíveis correspondem aos de entrada de gama, o que nem outra coisa seria de esperar, atendendo ao patamar de custo que se pretende atingir. Dêem-se as voltas que se der, o valor dum portátil destes rondará os 500 euros, eventualmente chegando aos 600 e isto para preços de compra individual. A maquina governativa encontram-se em campanha para fazer passar a mensagem de que o valor de mercado é superior a 700 euros. Mesmo aceitando este valor, para aqueles que têm um contrato de fidelização de 36 meses, o valor pago no fim será superior.

Há ainda a questão destes portáteis terem a Internet móvel incluída neste preço. Para um número considerável de pessoas a qualidade do serviço prestado será muito baixa devido à fraca cobertura de sinal. Além disso as velocidades máximas oferecidas são ridículas. Com tanto marketing político à volta do assunto e com as consequentes expectativas criadas, há-de haver desapontamento q.b. por aí. Lembram-se do WAP?

Sinceramente, esta situação parece aquela em que os operadores turísticos ofereciam por 600 euros viagem+hotel+pensão completa em Porto Galínhas, Brasil, mas chegada a hora de comprar descobriam-se mais uns detalhes (custos!) que não haviam sido anunciados!

Considero a ideia boa mas foi toldada pelos objectivos de propaganda. Em termos de resultados de adesão a esta campanha, certamente que uma atitude de honestidade total não produziria resultados inferiores. Agora em termos de parangonas noticiosas...

[EDIT]
O presente texto de opinião deve ser entendido apenas um contributo para uma tomada de decisão fundamentada. Aderir ou não ao programa eescola deverá ser o resultado duma análise pessoal de custo/benefício, ciente de que haverá pessoas a quem este programa trará vantagens e a outras não.

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