a política na vertente de cartaz de campanha

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O Ministério das Urgências

Quem se der ao trabalho de olhar para a calendarização das mudanças preconizadas pelo ME verá que o tempo decorrido entre o seu anúncio e a respectiva entrada em vigor tem sido o de escassos meses, frequentemente durante o mesmo ano lectivo.

Tudo é urgente e de aplicação imediata pois a alternativa é o caos. Nunca há tempo para planeamento e reflexão. Este processo de avaliação tem sido apenas mais um episódio desta sina.

O certo é que governo após governo, cada special one que passa pelo ME faz os seus remendos nesta manta de trinta e tal anos. Um governo com maioria absoluta poderia ter estabelecido um plano consistente e realizável em mais do que uma legislatura. Porque não o fez?

Finalmente, atente-se ao facto do ME ser de facto a entidade patronal e os professores os empregados. A inexistência de processos disciplinares por incumprimento sublinha a realidade de que, para o bem e para o mal, o actual estado da educação resulta da aplicação das políticas definidas pelo ME.


3 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    Com alguma frequência vejo chamar entidade patronal ao Ministério da Educação. Acho que dizer isso é um erro, porque os ministros não são donos do ministério nem pagam aos professores com o que lucram. Finalmente, quando entram em "falência" não perdem nada nem são responsabilizados pelas dívidas que contrairam.

    Ora, o que se vê neste momento em Portugal é que ministros e acólitos se julgam a si mesmos patrões que pagam aos funcionários tal coma pagam à mulher-a-dias que contrataram para as suas casas. Afinal, o que está correcto é a obrigação de se assumirem como funcionários hierarquicamente superiores mas, ironia das ironias, e contrariamente ao que acontece em qualquer empresa, serão despedidos pelos funcionários que tutelam quando chegar a hora das eleições. E isto também não acontece numa empresa na relação empregado/patrão.

    Seria bom que nada disto fosse confundido. Se fosse numa ditadura...

  2. Pata Negra disse...
     

    Estes senhores tiveram um curso de verão de acção política que ensinava: uma medida, para ser reconhecida pelo senso comum, deve ser tomada com rapidez e revoltar todos os seus destinatários - deste modo revelará eficácia e autoridade!
    Em Portugal este método já tem nome: socretismo.
    Um abraço de lucidez

  3. Kl@ndestino disse...
     

    Estás por aí? Para não te estar a chatear pelo telefone, explica-me lá se fores capaz: Sabes pôr aquela ferramenta da "Banca dos jornais" do Sapo a funcionar lá no dito cujo? Se não percebes do que estou a falar passa no Kontratempos ou na Câmara dos Comuns, é aquela ferramenta que passa as primeiras páginas dos jornais, actualizadas todos os dias. Estou farto de dar voltas lá dentro e não consigo aceder, penso que não tem nada a ver com o Picture Trail... Vê lá se podes dar uma ajuda.

    Abraço!

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