Primeiro, a assessoria de imprensa do Ministério das Finanças começou por dizer que que "o que se pretende alterar com o artigo 133º da Proposta de Lei do OE/2009 é o referencial de fixação dos montantes legalmente previstos para o financiamento público ou privado dos partidos políticos, que deixa de ser o salário mínimo nacional e passará a ser o indexante de apoios sociais (IAS)" (segundo o editorial de hoje do Público).
Depois, que "relativamente aos donativos de natureza pecuniária feitos por pessoas singulares, estes continuam a ser obrigatoriamente depositados em contas bancárias, exclusivamente destinadas para esse efeito, e nas quais só podem ser efectuados depósitos que tenham esta origem" (segundo o editorial de hoje do Público).
Ontem à noite ouvi na SIC Teixeira dos Santos afirmar que os deputados não são obrigados a votar contra a lei e que podem alterar o que entenderem. Isto é, a maioria socialista de suporte ao governo que vota segundo a disciplina de voto definida pelo partido pode avançar com propostas de alteração. Só não se percebe porque não veio a proposta de Orçamento de Estado 2009 direitinha logo à partida.
E hoje de manhã na Antena 1 já ouvi a notícia de que o gabinete de imprensa do Ministério das Finanças estava a anunciar que já tinha avançado para o presidente da Assembleia da República a proposta de alteração à matéria em causa por forma a que fique claro que donativos individuais em dinheiro continuam proibidos. O que demonstra a inclareza do texto e, associado às primeiras declarações de que apenas se mudara a rama, fica claro que a intenção foi camuflar uma alteração à lei do financiamento partidário.
Resta saber onde pára a oposição que, não fosse o Diário Económico, deixaria passar esta vergonha. Depois de descoberta a marosca, também as reacções foram interessantes. Para além a esperada acéfala colagem do PS ao governo, o PSD mostrou-se indignado, o BE avançou com um "eh pá vejam lá se mudam isso" e o PCP, o PEV e o CDS mantiveram-se calados. Curiosamente João Cravinho, o socialista empurrado para Bruxelas por tentar aprovar um pacote anti-corrupção, surgiu em palco afirmando que, contrariamente à posição do MF, havia de facto alteração à lei.
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Jon Stewart entrevista Bill Maher. Este não poupa as religiões, incluindo e sobretudo o Cristianismo. A Sarah Palin também vem à conversa
Jon Stewart, do Daily Show, traz-nos um momento de humor corrosivo que pode, a espaços, magoar os mais religiosos. Bill Maher com o seu novo documentário de comédia que se chama “Regilulous” [Religious + Ridiculous], coloca em causa tudo o que se relaciona com religião. Sarah Palin, possível vice-presidente dos EUA, é metida ao barulho e não pelas melhores razões.
Maher: Xenu trouxe-nos para aqui há 75 milhões de anos. Amontoou-nos à volta de vulcões e fê-los explodir com uma bomba nuclear. Estas são as doutrinas da Cientologia... Somos mais antigos do que o Universo. A Confederação Galáctica durou 80 triliões de anos. Têm de se livrar do implante, dos ditadores extraterrestres! Estes implantes são almas maléficas, chamadas Thetans.
Maher: Sim, acho que neste momento há duas Américas. Há um país progressista, europeu, no qual muitos de nós vivemos ou gostávamos de viver, que está a ser estrangulado pelas Sarah Palin do mundo, e que não pode nascer porque este outro país, parolo e estúpido, não permite. Não quero ser bruto, mas...
Maher: 60% dos americanos acreditam literalmente na história da Arca de Noé. Acreditam que aquilo é literalmente verdade.
Maher: A questão é que nós nos rimos disto porque a Cientologia é uma nova religião. Mas não é tão ou mais disparatado ou estranho do que o Cristianismo, lamento dizê-lo. Simplesmente estamos habituados a essa religião. Mas se, hoje, alguém viesse ter contigo e te contasse a história que nunca tinhas ouvido. Se te dissesse: “Deus teve um filho. Era um pai solteiro. E disse ao filho: ‘Jesus, vou mandar-te para a Terra numa missão suicida, mas não te preocupes, não podem matar-te porque, na verdade, tu és eu. Mas vai doer um bocado, não vou mentir-te. Vais odiar-me, mas é o melhor para ti, filho. Para mim! É o melhor para mim! Eu sou tu e tu é eu.
Maher: O plano é o seguinte, filho: eu, Deus, o Pai, vou à Terra primeiro. Dividimos o trabalho porque somos dois. Na verdade, não! E vou ver se arranjo uma mulher palestiniana para engravidar. Para que ela possa dar-te à luz. A mim, quero eu dizer! É a coisa mais disparatada que alguma vez se ouviu!
Maher: Eu limito-me a fazer perguntas. Por exemplo, o que é que a fé tem de bom? Porque é que Deus simplesmente não derrota o Diabo? O próprio Diabo… Perguntei a muita gente, por exemplo, qual é a diferença entre o Diabo e o Anti-Cristo? Sabes?
Stewart: Tem com certeza algo que ver com o Judaísmo e de certeza que fomos responsáveis por alguma coisa. Mas não sei a diferença exacta. Ninguém sabe.
Maher: Foi o que nós descobrimos. As pessoas religiosas sabem muito pouco sobre religião. Eu não sabia. Perguntava: “O Diabo e o Anti-Cristo são o mesmo?” Todos disseram que não. E eu perguntei se o Diabo trabalhava para o Anti-Cristo. Ou é o anti-Cristo que trabalha para o Diabo? Ou são como o Joker e o Enigma? São os dois vilões e, às vezes, juntam-se para derrotar o Batman.
Stewart: Pessoas como Sarah Palin, pessoas muito religiosas... Barack Obama, que também é muito religioso. Não acho que as crenças deles sejam muito diferentes em termos de religião. Conseguem separá-las?
Maher: Primeiro, não sei se Barack Obama é muito religioso. Claro que tem de dizer que é, porque é candidato à Presidência nos Estados Unidos da América, Portanto, tem de o dizer. Mas espero que esteja a mentir. Eu não tenho problema nenhum com quem é falsamente pio. McCain é outro que não é nada religioso. O meu problema são as pessoas que acreditam mesmo. Sarah Palin acredita mesmo. E pode estar a um passo da Presidência. É uma pessoa que... Até as pessoas estúpidas agora pensam: “Bolas, ela é mesmo estúpida.”
Vídeo legendado em português
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A marosca foi posta a descoberto e os partidos foram apanhados na curva. Numa primeira leitura podemos pensar que não tinham lido bem o texto, com mais alguma malícia talvez se possa aventar que a alguns isso até desse jeito. Azar, porque algum jornalista abelhudo pôs a boca no trombone.
Cumps