a política na vertente de cartaz de campanha

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Sócrates arrumou Fenprof - II

Na verdade, Mário Nogueira arrumou-se a si mesmo. O memorando de entendimento entre sindicatos e ME diz respeito, em termos de medidas concretas, à suspensão da avaliação para a generalidade dos professores em 2007/08, excepto para os contratados. Isto significou:
  1. O ME ficou com uma desculpa para não implementar a avaliação em 2007/08. Uma vez que o acordo foi assinando em Abril de 2008, implementar a avaliação em 2007/08 seria o absoluto caos, daria azo a inúmeros casos que facilmente saltariam para a comunicação social e certamente que o ME teria muito maior pressão para adequação ao real do que agora. Claro que os alunos sairiam prejudicados: onde é que se arranjaria tempo para continuar o processo e educativo e iniciar este processo burocrático? Mas atendendo a que no presente o esforço profissional está a ser colocado mais na burocracia do que na educação, não saem os alunos igualmente prejudicados? Assinar o memorando deu tempo precioso ao ME, sem que este precisasse de recuar.

  2. Como agora se vê, o acordo permite transmitir a ideia de que o conflito estava sanado e que os sindicatos agora estão a quebrar o que se havia acordado.

  3. Permitiu à Fenprof cantar vitória e evocar legitimidade para representar os professores.
Leio esta estratégia de Abril e a de agora (controlar a organização dos protestos dos professores) como mero jogos políticos que nada têm a ver com os problemas educativos. Mas isto sou eu e cada qual que faça a sua interpretação.


5 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    Tal e qual como temos 10 milhões de treinadores de bancada, sempre que se fala de futebol, também temos 10 milhões de "expertos" em educação, sempre que se fala de políticas públicas de educação.
    Ou então temos gente que gostava de chegar-se aos corredores do poder, mas isso já são "outros 500"

  2. Anónimo disse...
     

    De fora vê-se bem e a sua análise está certeira. Estando por dentro conhecem-se estes comentadores. Eu, que conheço, não compro. Mas de fora também dá para ver o homem em bicos de pés.

  3. j. manuel cordeiro disse...
     

    FJSantos, no que me diz respeito, não me encontro seguramente nos que gostavam de chegar aos corredores do poder. Nem de longe, nem de perto. Isso não impede que procure compreender o mundo que me rodeia, o que inclui ter opinião. Posso estar errado e aceitarei argumentação que o mostre. O resto são cantigas.




    Setora,a minha visão é, realmente, de fora. Isso não significa que tenha conhecimento nulo sobre o que se passa no meio.

  4. Anónimo disse...
     

    Nunca tive dúvidas que o entendimento era um mau para os professores. Basta lembrar que a reunião que deu origem ao entendimento foi patrocinada pelo Sócrates na sua obstinação de não perder mais um ministro na rua.
    Se a avaliação tivesse sido aplicada no ano passado teria caído de podre. Este ano, houve tempo para implementar as medidas apesar de se constatar, uma a uma, que não têm nada a ver com ser professor.
    A grande conquista dos sindicatos consistiu em sentar-se à mesa da ministra, porque até aí não entravam na 5 de Outubro.
    MJP

  5. Anónimo disse...
     

    "Se a avaliação tivesse sido aplicada no ano passado teria caído de podre. Este ano, houve tempo para implementar as medidas apesar de se constatar, uma a uma, que não têm nada a ver com ser professor."

    O "Entendimento" tratou-se de um entendimento de regime político e não teve absolutamente nada a ver com professores (com alunos e escola).
    - Não deixar cair a sinistra;
    - Permitir que o trio ganhasse novo fôlego, para este ano lectivo, bem estruturados e folgado com o "entendimento", se lançarem como cães esfaimados sobre os professores, nas escolas.

    De facto, não vê o óbvio quem não quer ver, ou finge que não vê, por interesses próprios, já que assina sempre com o próprio nome. Pois. É!
    A

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