a política na vertente de cartaz de campanha

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Coisas que poderiam ser sublinhadas

1. Reparem nesta incongruência. No actual modelo, os professores são avaliados com notas como regular, bom, muito bom e outras. Mas o número de classificações atribuídas para as melhores notas é limitado. Não importa se a pessoa é muito boa ou não, apenas se há quota para isso. O erro neste processo está em misturar progressão na carreira com desempenho. A progressão na carreira pode estar sujeita a quotas. Já reconhecer o desempenho, com um bom ou um muito bom, sendo devido não deve ter quotas.

2. A grande ênfase do actual modelo está na quantidade de alunos passados e não no que eles aprendem. É uma pequena grande nuance. Porque ligou o ME o complicómetro ao avançar com este modelo? A minha opinião é que com ele a pressão para passar alunos aumenta. Note-se que Valter de Lemos e a própria ministra têm opinado sobre o sucesso 100% no horizonte próximo.

3. Mais do que avaliar os professores, o actual modelo pretende definir quem terá acesso à categoria de professor titular. A divisão da carreira docente é um processo de gastar menos dinheiro com salários. Nada tem nada a ver com a qualidade de ensino.



3 comments :

  1. vermelho disse...
     

    O caminho destes sabujos é o mesmo em todas as áreas: privatizar! O ensino, a saúde, a água (!), tudo vai ser privatizado! Depois se quiseres serviços tão básicos como esses e com alguma qualidade, pagas! Puta que os pariu!
    Abraço.

  2. Pata Negra disse...
     

    Já não é a ministra nem o governo que têm de cair, é o próprio PS! Este partido não faz qualquer falta à democracia, assim como assim, já temos o PSD!
    O folhetim desta avaliação, a sua recusa por parte dos professores, a incompreensão que gerou na opinião pública e o aproveitamento político que tem gerado, são o espelho do triste país em que nos transformámos.
    Se nenhum professor vota PS e se o PS se mantém nas sondagens, só posso concluir que, de facto, ninguém aprende a lição dos professores.
    Um abraço não sujeito a avaliação

  3. j. manuel cordeiro disse...
     

    Vermelho, não me parece que o problema seja privatizar ou não mas sim acabar por se pagar duas vez um serviço. Primeiro com impostos, depois na hora de ir a um serviço que funcione, já que o público foi sendo esvaziado de significado. Mas há privatizações que não fazem sentido, note-se. Especialmente quando se passa dum serviço estatal para um único prestado privado.



    Pata Negra, a parte que me deixa triste é seja qual for o partido que ganhe as próximas eleições, nada mudará. E refiro-me também aos partidos que habitualmente ficam de fora do arco de poder. Está-nos nas veias. Um povo que elege uma Fátima Felgueiras, um Valentim Loureiro, um Isaltino Morais tem o que merece. Um povo que aceita a chico-espertíce tanto na política como no seu dia a dia terá governantes destes, venham de que quadrante político vierem.

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