a política na vertente de cartaz de campanha

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Não há PS nem PSD, apenas poder




A ler e reler no Jumento. Depois voltar ao início e fazer um diagrama com os nomes. Repetir até que fique clara a imagem sobre a forma como chegámos até aqui. O dinheiro da CEE/UE estoirado, a fortuna das privatizações sem se saber onde foi parar e o incontornável défice que apenas baixou perante o aumento de impostos e ausência de pagamento de dívidas.

Os partidos não existem. Apenas o poder é real.

UM NEGÓCIO MUITO ESTRANHO
Há muito que o BPN andava nas bocas do mundo, sem dimensão e sem grande expressão financeira chamava a atenção pelas ligações do mundo da política ao mundo dos negócios. Nos últimos tempos tornou-se notícias pelas guerras n sua administração que nunca foi muito pacífica, foram vários os administradores que bateram a porta pouco tempo depois de terem entrado.

O BPN era o banco de Dias Loureiro, um modesto advogado que se tornou o homem forte do cavaquismo e cujo último acto público foi o apadrinhamento de uma biografia de José Sócrates. Já algum tempo que se dizia ter-se desligado do banco e desde a apresentação da biografia de Sócrates quase desapareceu.

Mas é bom recordar que esteve por detrás de muitas nomeações dos governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Do mundo BPN chegaram a ministros Daniel Sanches, o responsável do SIS no tempo de dias Loureiro, que foi ministro da Administração Interna e Amílcar Teias que foi ministro do Ambiente. Depois soube-se do negócio do SIRESP e quanto ao ambiente tudo foi pacífico, a pretendida privatização das águas não chegou a concretizar-se por falta de tempo.

Era também o banco de Oliveira e Costa, o homem que cuidou das finanças do PSD de Cavaco Silva ao mesmo tempo que era secretário de Estado do Orçamento e cuidava das finanças do país. Ficou famoso pelos perdões fiscais e pela perseguição fiscal a personalidades.

Homem forte do gabinete de Oliveira e Costa era o actual director do contencioso fiscal do BC, Eduardo Tracana, de quem se diz que manda mais no fisco do que a maioria dos directores-gerais que por lá passam.

É evidente que os portugueses que vão suportar os custos desta falsa nacionalização (trata-se mais da aquisição a título gracioso dos prejuízos) nunca saberão toda a verdade sobre o BPN, nem sequer quanto custará esta operação ao Estado. É também evidente que os chamados partidos do “arco do poder” vão aprovar esta aquisição e impor um manto de silêncio em torno deste negócio. Dias Loureiro disse que já lá não tinha o seu dinheiro, será o único?

Agora percebe-se que Miguel Cadilhe não foi escolhido para gerir o banco, o seu papel foi arrumar o banco para que pudesse ter ocorrido. Resta saber o que por lá se passou durante os últimos meses.