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E não bastava baixar impostos e pagar as dívidas?

Parece que a solução para bancos e empresas em dificuldades passa por os salvar. Tradução: dar-lhes dinheiro dos contribuintes. Isto significa que a competitividade é colocada na gaveta, dando prémio por igual a empresas que se esforçam por ser competitivas e a outras que poderiam ganhar prémios de gestão exemplarmente má.
 
Porque chega a crise às empresas? Possivelmente porque as receitas são inferiores às despesas. Entre os diversos factores, isto pode acontecer porque
1. as vendas são menores;
2. os custos de produção aumentam;
3. as vendas existem mas os compradores não pagam os bens adquiridos.
 
Seja no mercado nacional, seja nas exportações, a competitividade das empresas é um  factor determinante para a sobrevivência das empresas, sendo a carga fiscal um factor crítico para o seu sucesso. E se o governo baixasse radicalmente os impostos aos indivíduos e às empresas? E se o estado pagasse todas as dívidas que tem a fornecedores? Duma penada, as empresas passariam a ter mais capital (menos impostos e dívidas pagas) e os indivíduos passariam a ter maior poder de compra. Ou seja, resolvia os anteriores três pontos. Adicionalmente, as empresas com boa gestão sairiam reforçadas e as com má gestão sentiriam pressão para mudar.
 
Acontece que esta solução significava uma perda de poder por parte do estado. Por outro lado, dar dinheiro (dos contribuintes) às empresas cria uma rede de dependências que favorece quem detém o poder e, perante o eleitor, ainda permite vestir o papel do salvador empregos que apenas pede em troca um pequeno X absoluto lá para meados deste ano.
 
A solução de Sócrates é má. Aumenta o peso do estado na economia, aumenta o défice e faz desaparecer a hipótese dos impostos baixarem no futuro imediato*.  Injectar dinheiro dos contribuintes para segurar a economia é o mesmo que fazer uma fogueira com notas de euro: arde enquanto houver dinheiro e aquece enquanto arder. E a aposta de Sócrates é que o lume aguente até às eleições. Depois destas, lá virá o ministro sombra Constâncio dizer que a a despesa pública tem que ser saldada. Com os seus impostos.
 

* Note-se que baixar um ponto percentual ao IVA, face volume global de impostos, só com muito boa vontade se poderá chamar de "baixar impostos".


2 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    Já dizia o Ford: paguem bem aos trabalhadores, porque eles vão ser os clientes. Se eles não tiverem dinheiro para pagar o que produzem, de que é que nos serve produzir?

  2. João Esteves disse...
     

    Ainda mais numa situação de crise internacional Se as exportações baixam, há que dinamizar a procura interna.

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