a política na vertente de cartaz de campanha

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Liberdade individual

Há-de haver sempre quem queira regular na totalidade a vida privada de todos. Uma coisa é procurar persuadir para que se mudem hábitos. Outra é usar a força da lei para obrigar à adopção duma convicção porque se acha que se tem mais razão do que outrem. Estas duas situações estabelecem a fronteira entre o respeito pelas escolhas dos outros e a incapacidade de aceitar a diferença. Há ainda, quem ache que se trata duma questão do bem comum, nomeadamente do bem económico. Mas por essa ordem de ideias, também a quantidade de café, de açúcar, de gorduras, de chocolate, de carne, etc. teria que ser regulada pois o seu excesso poderá ser negativo.
 
Ou o sono. Imaginemos que me passa pela cabeça que todos deveriam deitar-se às 22h30 e deveriam dormir 8 horas, pois um ritmo do sono estável e com uma tal duração seria mais saudável. E suponhamos ainda que eu teria o poder de sobre tal legislar. Devia produzir uma lei que a este comportamento obrigasse? Afinal de contas estaria supostamente a procurar o bem de todos, levando a uma vida mais saudável e menos onerosa para o serviço nacional de saúde. Imagino que muitos que concordam com a legislação do sal no pão não aceitariam esta incursão na vida privada. Mesmo quando o princípio é o mesmo.