O exemplo da escola de música
Mas foi necessário desistir desta ideia logo no fim do primeiro ano pois os alunos faltavam sistematicamente, desistiam ou simplesmente não estudavam. Foi um ano de dinheiro perdido. No ano seguinte as propinas passaram a ser cobradas ao preço real e apesar das queixas iniciais, todas as vagas foram preenchidas e os alunos deixaram de faltar.
A percepção que obtivemos foi que os alunos não tinham dado valor a algo para o qual não precisaram de esforço financeiro. Durante este segundo ano percebemos que havia de facto alunos que se empenhavam mas não conseguiam pagar aulas de música. A esses fizemos uma discreta redução de preço.
Aprendi então uma lição e com o passar dos anos constato a sua actualidade. Quem recebe algo sem se esforçar para a merecer acabará por não lhe dar valor. O que conduz ao não aproveitamento do potencial do bem ou serviço recebido. Creio que muitos políticos, com as suas políticas de incentivos, de Magalhães e mais os intermináveis subsídios, deviam também ter passado por esta escola de música.
Este exemplo é uma grande, enormíssima verdade.
No caso dos 'Magalhães' [computadores] uma ideia inicial que até era boa acabou trabalhada em cima do joelho; ninguém [P.M., M.E.] se lembrou de fazer reserva de propriedade, ninguém parou para pensar no quadro familiar sócio-económico de muitos dos alunos que se candidataram.
Conclusão, os 'Magalhães' estão a ser revendidos no mercado negro. Quando os alunos são avisados de que no dia 'X' têm de levar o computador para a escola faltam às aulas.
O estado faz de mecenas com o dinheiro do contribuinte e demite-se das suas obrigações.
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I.
Pois é Isabel, lá veio o teu nome novamente por empréstimo :-)