a política na vertente de cartaz de campanha

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Educação sexual


Monty Python's sex-ed


Desde há 20 anos que por cá se fazem leis e discussões sobre educação sexual nas escolas. Muda-se aqui, muda-se acolá, faz-se muito alarido, as jotas partidárias mostram existência e os partidos têm a sua oportunidade de se mostrarem modernaços. Depois, fica tudo na mesma.

Os portugueses têm uma dualidade quanto às leis. Sabem que não é por uma lei ser feita que algo muda. Aliás, têm até uma postura de as relativizar e ajustar ao seu ponto de vista. Mas depois encetam acesas discussões sobre as leis que estejam na ordem do dia como se afinal depois as fossem levar a sério.

À conta da educação sexual, durante uns dias deixamos de ouvir falar na Bela Vista e na crise económica que nos morde os pés, o que é óptimo. Entre prometer milhões para salvar bancos e empresas e pretender distribuir preservativos pelas escolas, sempre é preferível esta última. Fica mais barato e tem igual eficácia nula.


2 comments :

  1. RioDoiro disse...
     

    Chapelada, caro Fliscorno.

  2. Anónimo disse...
     

    Olá,

    Eu acho que a média corporativa tem uma necessidade patológica de «criar factos políticos», sobretudo as têvês:
    Ontém a SIC fez notícia bombástica sobre alegada conversa escandalosa de uma professora de história, falando sobre sexualidade durante as aulas.
    Vai-se observar mais de perto e percebe-se que - a haver uma atitude menos correcta por parte da colega - a questão foi empolada por mães bastante «aguerridas» que decidiram fazer a «folha» à tal professora. Elas urdiram uma teia usando as suas filhas simultaneamente como «agente provocador» e «delator» instruíndo-as para recolher uma gravação escondida, à revelia da professora... A SIC apenas passou cerca de um minuto da gravação; ou seja, não sabemos nada da contextualização das afirmações dessa profª; mas deixamos tranquilamente que se coloque essa professora (e por tabela a escola onde lecciona) a ser julgada na «praça pública». Isto em vésperas de uma greve, seguida de manifestação nacional (respectivamente dia 26 e 30).
    Além de manobra para captar audiências a todo custo, houve logo aproveitamento por parte de:
    A) grupos conservadores que consideram que a educação sexual nas escolas é um escândalo (independentemente dos conteúdos e modalidades), sendo esta reservada para o «recato familiar».
    B) gente da área do p«s» muito inquieta com a descida das sondagens e da perda de popularidade do seu fuehrer; usam e abusam do enorme reflexo de inveja que infelizmente é um traço comum no povo português; que vê como «afronta» que alguém tenha mais estudos, mais cultura, do que eles, como se estivesse a roubar-lhes algo. Quando surge um caso destes, em que uma professora fragilizada (provavelmente) comete alguns lapsos, vai logo ser aproveitado como parte integrante da campanha de transformação dos professores (colectivamente, sim) nos bodes expiatórios do enorme fracasso do regime em relação à educação, sendo claro que as responsabilidades estão do lado dos políticos, que andaram sempre a fazer e desfazer a impor, a desestabilizar com leis absurdas e odiosas e são com certeza os mais levianos a falar de assunto de que não entendem patavina, mas se gabam do oposto: refiro-me às suas «doutas» opiniões sobre pedagogia, administração escolar, psico-pedagogia, didática...

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