Então, os ajustes directos não eram por causa da crise?
Creio que a proveniência do dinheiro não é o mais importante. Afinal de contas, algo tem que ser feito para que ele apareça.
Mas, quanto a mim, há um aspecto marcante no facto de o dinheiro para estes projectos vir a jorros da UE. É que para que estes projectos tenham agora o financiamento da UE aprovado, a candidatura e apresentação de projectos foi feita com muita antecedência. E não estamos a falar de meses. Isto significa:
1. Estas obras foram atempadamente pensadas para aparecerem agora. De outra forma nunca teria havido tempo para apresentar os projectos de financiamento e obter a respectiva aprovação.
2. Quando nos vêm dizer que estas obras são iniciativas de resposta à crise, tem que haver necessariamente má fé nesta afirmação, pois entre o tempo decorrido entre o momento desde que o governo declarou o estado de crise até ao presente é curto para se obter o respectivo financiamento UE (ver ponto 1).
3. Finalmente, quando nos dizem que estes projectos têm que ser adjudicados por concurso directo, como forma de responder rapidamente à crise, temos que concluir que é mentira. Se os projectos estavam pensados há muito tempo (ver ponto 1) e, antes mesmo da crise ter sido declarada (ver ponto 2), nada impediria que se tivesse procedido ao normal e mais transparente concurso público.
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