a política na vertente de cartaz de campanha

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Novamente, o Magalhães

1. O Magalhães não se destina a permitir que os alunos tenho acesso à informática. Para isso criavam-se centros de cálculo nas escolas, garantindo em simultâneo que as gerações seguintes também pudessem usar estes recursos (alguém acredita que a fonte dos Magalhães ainda jorrará depois das eleições?). O Magalhães destina-se a comprar votos, os dos pais dos miúdos que recebem em casa uma pechincha. Nada que Valentim Loureiro não tenha já feito com frigoríficos.

2. O estado é o maior cliente deste negócio e adjudicou à JP Sá Couto o fornecimento de serviços. Qual é a legitimidade de o estado ser o patrocinador de um negócio sem riscos para a Sá Couto?

3. Tenho uma ideia. Acho que os miúdos teriam muito melhor formação se estes praticassem mais exercício físico. Muitos até dizem que a destreza manual desenvolve o cérebro. Acontece que tenho um kit de ginásio que os miúdos podem usar em casa. Inclui uma corda para saltar, dardos e respectivo alvo e um trampolim desmontável. Tudo muito cómodo, resistente a choques e muito didáctico, já que vem com excelentes conteúdos multimédia para potenciar o seu uso. Para que o negócio seja um sucesso só me falta o mercado. Não queremos uma geração saudável? Não dizem que o sedentarismo está a tornar-se um problema entre as crianças? Não contribui esta ideia para resolver este problema da modernidade? Portanto, com que legitimidade poderá agora o estado dizer-me que não apoia esta iniciativa?

Alternativa aos Magalhães: não dar portáteis aos miúdos e equipar as escolas. Isto poderia ser feito com os mesmos valores de investimento usando desktops, permitindo:
- que os computadores não fiquem obsoletos ao fim de um ano (como com os Magalhães);
- que os computadores não acabem na feira da ladra (como com os Magalhães);
- que as gerações seguintes possam usar os mesmos recursos (contrariamente ao Magalhães).

O Magalhães não é uma aposta na informática. É merchandising eleitoral.


3 comments :

  1. jorgefm disse...
     

    Mas cá o pessoal só se preocupa quando é o major a distribuir electrodomésticos. Que em muitos casos têm melhor uso, diga-se.
    O Magalhães até podia ser interessante como aposta educativa, infelizmente nunca foi esse o objectivo que norteou a iniciativa. Senão tinha-se começado de outra forma. O mesmo se pode dizer do programa e-escola, fundamentalmente mais um gigantesco negócio da China para os operadores. Mas não vale a pena gritar que ninguém vai ouvir. É tão inútil como explicar que a passagem de milénio aconteceu de 2000 para 2001. Qual D. Quixote, qual quê!

  2. j. manuel cordeiro disse...
     

    Muito bem observada essa da passagem do milénio! As pessoas parecem vivem num denial state.

  3. Bea disse...
     

    100% de acordo... e material para trabalhar matemática (que é caro e não há nas escolas)? e material para de desgaste para expressões? e onde há lupas microscópios e experiencias para realizar e a aprender fazendo? livros novos e actualizados para bilioteca? jogos interessantes e que servem para a socialização e cultura geral dos pequenos? xadrez, damas, dominós que os acalmem e os façam pensar... tou cheia desta incompetencia...

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