Novamente, o Magalhães
2. O estado é o maior cliente deste negócio e adjudicou à JP Sá Couto o fornecimento de serviços. Qual é a legitimidade de o estado ser o patrocinador de um negócio sem riscos para a Sá Couto?
3. Tenho uma ideia. Acho que os miúdos teriam muito melhor formação se estes praticassem mais exercício físico. Muitos até dizem que a destreza manual desenvolve o cérebro. Acontece que tenho um kit de ginásio que os miúdos podem usar em casa. Inclui uma corda para saltar, dardos e respectivo alvo e um trampolim desmontável. Tudo muito cómodo, resistente a choques e muito didáctico, já que vem com excelentes conteúdos multimédia para potenciar o seu uso. Para que o negócio seja um sucesso só me falta o mercado. Não queremos uma geração saudável? Não dizem que o sedentarismo está a tornar-se um problema entre as crianças? Não contribui esta ideia para resolver este problema da modernidade? Portanto, com que legitimidade poderá agora o estado dizer-me que não apoia esta iniciativa?
Alternativa aos Magalhães: não dar portáteis aos miúdos e equipar as escolas. Isto poderia ser feito com os mesmos valores de investimento usando desktops, permitindo:
- que os computadores não fiquem obsoletos ao fim de um ano (como com os Magalhães);
- que os computadores não acabem na feira da ladra (como com os Magalhães);
- que as gerações seguintes possam usar os mesmos recursos (contrariamente ao Magalhães).
O Magalhães não é uma aposta na informática. É merchandising eleitoral.
Mas cá o pessoal só se preocupa quando é o major a distribuir electrodomésticos. Que em muitos casos têm melhor uso, diga-se.
O Magalhães até podia ser interessante como aposta educativa, infelizmente nunca foi esse o objectivo que norteou a iniciativa. Senão tinha-se começado de outra forma. O mesmo se pode dizer do programa e-escola, fundamentalmente mais um gigantesco negócio da China para os operadores. Mas não vale a pena gritar que ninguém vai ouvir. É tão inútil como explicar que a passagem de milénio aconteceu de 2000 para 2001. Qual D. Quixote, qual quê!
Muito bem observada essa da passagem do milénio! As pessoas parecem vivem num denial state.
100% de acordo... e material para trabalhar matemática (que é caro e não há nas escolas)? e material para de desgaste para expressões? e onde há lupas microscópios e experiencias para realizar e a aprender fazendo? livros novos e actualizados para bilioteca? jogos interessantes e que servem para a socialização e cultura geral dos pequenos? xadrez, damas, dominós que os acalmem e os façam pensar... tou cheia desta incompetencia...