a política na vertente de cartaz de campanha

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O Director

Os professores têm reagido violentamente quanto ao ECD e quanto a esta forma de avaliação.

Por outro lado, na criação do cargo de Director, mudança que conduziu à completa politização do sistema educativo pela nomeação política no elo que até agora estava livre, houve resistência mas de dimensão substancialmente mais reduzida.

Entendo esta dicotomia como consequência da diferente motivação para a defesa do interesse pessoal versus defesa do interesse público. As pessoas terão maior vocação para lutar pelo que ou contra o que as afecte directamente mas deixar-se-ão levar pela inércia quando algo mais abstracto está em causa. Mesmo quando o impacto possa vir a ser substancial, como é plausível acontecer quando o braço político parte do ministério, passa por direcções regionais e afins até chegar agora às escolas. (Sim, eu sei que se chega a Director por concurso mas o lugar só é preenchido depois de aprovação superior; além disso há outras nuances no que respeita a influência política no cargo de Director, como por exemplo a exoneração do mesmo.)

Nesta causa, como em outras, o interesse público sendo de todos, é de ninguém. Daí a sua baixa defesa e os inúmeros atendados a que está sujeito. Até que, frequentemente, o interesse público é um empecilho ao interesse privado. Face a esta constatação, pode-se concluir que menos Estado, isto é, menos interesse público, significa menos área defendida por ninguém.

Chegados aqui, para onde iremos agora que a Escola é uma entidade politizada em todos os seus patamares? É o objectivo da Educação a formação dos cidadãos ou o controlo político da aprendizagem?


1 comments :

  1. andré disse...
     

    Concordo com o que escreveste sobre as (diferentes) resistências ao ECD e à Gestão e acho que infelizmente tens razão...somos muito individualistas...mas depois esquecemo-nos que o colectivo serve para defender o privado...

    Quanto à questão final: penso que a escola, se quer formar cidadãos deve promover a politização (no bom sentido da palavra, um professor não deve ser um tecnocrata que não toma posições), mas numa perspectiva de abrir horizontes, não de os controlar...

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