Não estudou durante o ano? Não faz mal, vai a exame. Chumbou no exame? Não faz mal, vai à segunda chamada. Não sabe o suficiente para passar de ano? Não faz mal, no próximo ano recupera. Não sabe o suficiente para concluir o ensino secundário? Não faz mal, vai às "Segundas Oportunidades". Não tem qualificações suficientes para conseguir um emprego bem remunerado? Não faz mal, recebe uns subsídios do estado.
A juventude de hoje, mas também muitos de idade mais avançada, vive sob a batuta do slogan que a Vodafone brilhantemente produziu: "Vive o momento". Aprender não encaixa nesta forma de vida instantânea. Além disso, na vastidão das ilusões, há sempre Novas Oportunidades.
"Vive o momento" - A Vodafone não inventou. :))))
Há muito que existe o 'carpe diem'.
Tem razão Rosalina, me me havia lembrado disso.
Fliscorno,
Sei perfeitamente que este governo está a vulgarizar e a rebaixar a educação.
Mas não goze
«Não tem qualificações suficientes para conseguir um emprego bem remunerado? Não faz mal, recebe uns subsídios do estado»
com uma juventude que perdeu o direito à vida!
A juventude perdeu o direito à vida?
Mas não perdeu o direito de voto, pois não?
O meu ponto, Diogo, é este: o estado vai alimentando a ilusão de haver sempre uma segunda oportunidade. É uma forma de ter poder. Cidadãos dependentes do estado são eleitores sensíveis a promessas de mais apoios. Mas como na história de dar o peixe e de ensinar a pescar, um estado que queira bem aos seus cidadãos é que que lhes cria condições para que eles vinguem por si mesmos, sem a capa protectora do estado papá.
Uma juventude que perdeu direito à vida? Como assim? Ultrapassada a inércia e o desinteresse, hoje não há quem não tenha a hipótese de fazer pelo seu futuro.
«A juventude perdeu o direito à vida?
Mas não perdeu o direito de voto, pois não?»
As pessoas têm as escolhas que fazem.
Fliscorno, «Ultrapassada a inércia e o desinteresse, hoje não há quem não tenha a hipótese de fazer pelo seu futuro.»
Onde? Será que você vive neste mundo? Tenho familiares licenciados e conheço centenas de indivíduos até aos trinta e muitos (licenciados) que, ou estão desempregados, ou vivem precariamente com o ordenado mínimo. Não têm direito a ter casa, a casar, a ter filhos, a comprar um carro, etc.
Ensinar a pescar o quê se não há peixe no rio?
Acorde, meu caro.
Diogo, lamento a situação difícil dos que lhe são próximos. Neste período conturbado mesmo profissões onde não havia perspectivas de desemprego também foram por ele atingidas. Não é o meu caso. Não posso falar pelos outros mas apenas por mim. No que me diz respeito, não nasci em berço d'oiro e desde a adolescência que trabalho. Trabalhei na minha área curricular mas não só. Posso dizer que, aos 41 anos e sem ordem especial, já fui trolha, informático, agricultor e técnico de estatísticas. Se tiver a pouca sorte da minha empresa fechar, hei-de trabalhar noutra coisa. Trabalho haverá sempre, apesar de nem sempre ser o que mais me agrade. Este é o meu mundo. O dos ourtos não conheço.
Fliscorno: «Se tiver a pouca sorte da minha empresa fechar, hei-de trabalhar noutra coisa. Trabalho haverá sempre, apesar de nem sempre ser o que mais me agrade. Este é o meu mundo. O dos outros não conheço.»
Até onde chega a cegueira? Então você é o supra-sumo da economia de mercado.
Digo, não percebo onde quer chegar. Falo de mim, não extrapolo para outrem.