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Nunca fiz greve

Nunca fiz greve. Em primeiro lugar porque quando não estou bem numa empresa, mudo. Em segundo lugar porque não trabalho no sector estado.

A verdade crua e dura é esta: nas últimas décadas, a greve não tem sido um direito mas sim um privilégio de algumas pessoas, quase todas trabalhadores do estado e com posição laboral absolutamente estável.

Com a mesma regularidade do Natal, das janeiras e da época balnear, ano após ano aí temos as mesmas greves. Preocupam-se com a estabilidade do seu emprego - o que me parece normal e pedem salários mais atractivos. Mas ironicamente não os vejo discutir a competitividade das suas empresas, alicerce da saúde financeira que lhes manteria os empregos e, certamente, lhes permitiria ambicionar melhores salários.


7 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    ... isso já para não falar que os efeitos práticos são quase nulos. Mas não devemos abrir mão desse direito, ou privilégio como lhe chamas.

  2. Anónimo disse...
     

    Mas qual é a empresa que quer discutir a competividade com os seus trabalhadores. Será que estou a ver mal o problema?

  3. j. manuel cordeiro disse...
     

    Dr. Shue, apenas relato uma percepção, que poderá estar errada, sobre quem faz greve.


    Miguel, as empresas também não querem discutir questões salariais e acabam por o fazer. Não me parece no entanto que faça sentido discutir competitividade no âmbito da negociações. Afinal, cada qual tem o seu papel e a parte da estratégia cabe à direcção da empresa. Essa parte da competitividade saiu-me quando me estava a lembrar dos transportes públicos. Um problema típico é haver cada vez menos pessoas a usar os transportes públicos. Inverter esta situação seria bom para a empresa e para os seus trabalhadores. Por isso, em vez das habituais reivindicações salariais, creio que pressionar para a existência de transportes mais confortáveis, mais seguros e a andarem em bons horários seria mais positivo.

  4. Anónimo disse...
     

    O autor deve ser dono de muitas empresas, para poder saltar assim facilmente de umas para outras. E já que estamos aqui, a maior parte das empresas não são competitivas por culpa dos seus gestores e não dos trabalhadores. Os trabalhadores fazem o que lhes mandam fazer 9, 10, 11, 12 horas por dia. E qualquer um pode ser gestor de uma empresa, mesmo sem boa preparação.

  5. j. manuel cordeiro disse...
     

    Trabalho por conta de outrem. Não salto de empresa em empresa apesar de já ter mudado algumas vezes.

    Eu sei que a gestão é em muitos casos incompetente. Mas não generalizemos que isso de fazer 9 a 12 horas por dia é onde? No sector público, onde as greves ocorrem?

    Não partilho do que me parece ser a habitual visão patrão=lobo mau, empregado=cordeiro anjinho. Há de tudo, inclusivamente incompetentes em larga escala do lado do assalariado. Conheço alguns na minha empresa. O ridículo é que nem é possível despedi-los por incompetência.

  6. Anónimo disse...
     

    Não esquecer que a maioria do patronato nacional tem a 4ª classe!

  7. Anónimo disse...
     

    99% do patronato não tem nenhuma formação e funda empresas com um único objectivo: ganhar muito dinheiro com o trabalho dos outros. Depois se a coisa não corre de feição, fecha-se e já está!

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