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Site do DN: 46 links para o caso das escutas presidenciais


O site do DN de ontem, às 23h55 tinha o aspecto a imagem aqui incluída (clicar para zoom 100%). Repare-se bem:
  • na área de destaque existe o título a falar de encomenda de uma notícia, acompanhado de uma foto e de 24 links para outras notícias sobre o mesmo assunto;
  • esta mesma área de destaque ainda coloca em relevo mais 3 notícias e  mais outros 4 links relacionados com esta temática;
  • na coluna de notícias em destaque, todas as 5 notícias são sobre o tema que o DN destacou;
  • nesta mesma coluna, há um total de 13 links para o caso em questão;
  • e o editorial e o vídeo de destaque versam o mesmo tópico.
No total, o site do DN ontem ao fim do dia apresentava  um total de 46 referências ao caso do email interno do Público que foi parar às mãos do DN e que este decidiu publicar titulando que o «Homem forte do presidente encomendou 'caso das escutas'». Atente-se bem na palavra escolhida: «encomendou». Com isto está o DN a dizer que o Público realiza encomendas noticiosas, em vez de fazer jornalismo. Parabéns sr. João Marcelino. Sócrates tinha razão quando lhe deu aquele enorme elogio na entrevista à SIC. Não pretendo, obviamente, fazer a defesa do Público, até porque eles o farão se assim entenderem. Na verdade, saem mal vistos os dois diários mas, no meu ponto de vista, o DN bateu no fundo.

Curiosamente - uma feliz coincidência, O Sr. Comentador - programa de humor satírico da Antena 1, abordava ontem precisamente o jornalismo. Com o habitual toque, falava «do livro de Vasco Ribeiro, apresentando no Porto, baseado num estudo também seu sobre a influência das fontes na construção do noticiário político em Portugal. Vasco Ribeiro concluiu que só um terço do produto jornalístico dos diários estudados é produzido por iniciativa das redacções e que mais de 60% das noticias analisadas resultaram da acção de assessores de imprensa, relações públicas, consultores de comunicação, porta-vozes e outros.» Mas o DN será certamente diferente, lá não se publicam encomendas nem se funciona como megafone dos gabinetes de imprensa.