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Medir a incompetência autárquica

É sabido que mais habitantes significa maior receita de impostos para a autarquia. Assim sendo, seria de esperar que autarquias com igual número de habitantes tivessem infra-estruturas equivalentes, certo? Errado, especialmente nos subúrbios de Lisboa.

Vejamos. Olhando para o número de eleitores nas últimas legislativas, vemos que, juntando algumas freguesias do concelho de Sintra, teremos uma dimensão eleitoral semelhante à de muitos concelhos por esse país fora.

Por exemplo, as freguesias de Massamá e de Rio de Mouro (concelho de Sintra) perfazem 54.946 eleitores:

  • Massamá (freguesia) - Inscritos: 20.998
  • Rio de Mouro (freguesia) - Inscritos: 33.948
Eis alguns concelhos na ordem de grandeza dos 55 mil eleitores:
  • Figueira da Foz (concelho) - Inscritos: 58.543
  • Caldas da Raínha (concelho) - Inscritos: 43.317
  • Aveiro (concelho) - Inscritos: 67.247
  • Palmela (concelho) - Inscritos: 46.727
  • Faro - Inscritos: 54.150
Como se vê, basta juntar apenas algumas freguesias do concelho de Sintra para que se fique com a mesma dimensão eleitoral de muitos concelhos completos. Agora, olhe-se para as infra-estruturas destes concelhos (jardins, mercados, estradas, hospitais, escolas, tribunais, etc., etc.) e compare-se com o que existe nestas freguesias. Pois. As freguesias de Sintra não passam dum gigante dormitório pagador de impostos.


Por exemplo, só a cidade da Figueira da Foz, que conheço muito bem, tem um tribunal, vários jardins municipais, mercado municipal, bombeiros, três escolas secundárias, conservatório de música e por aí fora. O que têm Massamá e Rio de Mouro? Fontes de liquidez tributária.


Mas dirá o leitor, ah e tal, e a actividade industrial e comercial da Figueira? Não virá daí a riqueza desse concelho? Bom, falando de concelhos, nesse caso também teríamos que olhar para o concelho de Sintra como um todo. Não tenho números, apenas a percepção de quem quem conhece os dois concelhos. Creio que Sintra terá muito maior actividade comercial e que a Figueira terá maior actividade agrícola e industrial (devido à Celbi e à Soporcel).


Portanto, entrando por fim no tema do post - e para terminar, já agora - como é que se mede a competência (ou a incompetência) autárquica? Como é que se explica que o segundo concelho mais populoso do país seja o caos que é, sem a sombra de qualidade de vida que muitos outros concelhos têm? Fica a questão para quem souber responder.


3 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    A resposta é simples: Fernando Seara!

  2. j. manuel cordeiro disse...
     

    Meu caro, quem é que esteve à frente dos destinos de Sintra antes de Seara? Pois. Edite Estrela. Que por acaso até foi nos mandatos dela que houve esta explosão de urbanismo desenfreado.

  3. Anónimo disse...
     

    Ninguém desculpa Edite Estrela... como também não se desculpa Fernando Seara...

    Jardim de Massamá Norte, Anta de Monte Abraão, Centro Lúdico de Massamá...

    Se quer conhecer a estratégia de Fernando Seara é ler este documento:

    http://queluz.org/wp-content/uploads/2009/01/jantar_conferencia_09.pdf

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