a política na vertente de cartaz de campanha

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Lendo o Diário do Governo

Sócrates afasta qualquer aumento de impostos. Se sai no Diário do Governo deve ser verdade.

Fonte do executivo observou à agência Lusa que o programa do Governo afasta qualquer aumento de impostos até ao final da legislatura, em 2013.

Fonte do executivo? Mas porque não se identificou? Afinal, ninguém costuma ter problemas em dar boas notícias.

Perante a insistência dos jornalistas sobre a evolução da carga fiscal em Portugal, Sócrates reiterou que "não haverá aumento de impostos, porque a prioridade deste orçamento e dos próximos tempos será sem dúvida o crescimento económico e o emprego".

Repare-se na nuance, agora sob a forma de palavras com rosto:«a prioridade deste orçamento e dos próximos tempos». Como sabemos, 2013 ainda não está bem próximo...

"Pelo contrário, se o Governo tivesse margem, a sua política até seria no sentido de diminuir os impostos para estimular a crescimento económico e para o emprego", acrescentou.

Hmmmmm, não foi isto que alguma oposição andou a dizer que era preciso fazer? Se calhar, abdicando das gigantes obras públicas, já sobrava algum dinheiro para baixar os impostos. Isso e se se deixasse de enterrar dinheiro no BPN.

Mas vá lá, os amigos socialistas espanhóis já estão a dar um jeito ao adiar o TGV Porto-Vigo por dois anos, poupando ao orçamento português a necessidade de gastar já 845 milhões de euros. Sim, esse mesmo TGV que faria cair o Carmo e a Trindade se fosse suspenso, conforme foi dito na campanha eleitoral, afinal foi adiado 2 anos pelos espanhóis:

«Chegou a marcar a campanha eleitoral para as últimas legislativas. Obrigou a juras a pés juntos de que tudo iria avançar. Tudo porque o Partido Social Democrata, que havia desenhado com Espanha um mapa para a alta velocidade mais ambicioso que o actual, pedia, no calor da campanha, que José Sócrates travasse a obra. De Espanha veio a ajuda previsível. Os responsáveis políticos ligados ao Governo socialista de Zapatero saíram em ajuda de José Sócrates. As eleições passaram. O Partido Socialista agradeceu a ajuda, venceu as eleições e formou um novo Governo. Ontem aconteceu o inesperado. Afinal, uma das linhas, a que liga Porto a Vigo, vai ficar em banho-maria por dois anos. Afinal, vão ser criados dois grupos de trabalho para fazer um ponto de situação sobre as linhas de alta velocidade Lisboa-Madrid e Porto-Vigo. Mas, ontem, também aconteceu o óbvio. O governador do Banco de Portugal veio dizer que é inevitável que os impostos têm de aumentar para que Portugal consiga recolocar o défice abaixo dos três por cento do PIB. Tal como o fez em relação ao TGV, o Governo jura a pés juntos que não. Até porque recebeu uma ajuda inesperada. Com o adiamento da linha Porto-Vigo sempre são 845 milhões de euros que, para já, não vão onerar o Orçamento do Estado.» editorial hoje no Público

Vamos ver até quando se mantém este discurso de não aumentar os impostos. O correspondente socialista no BdP já tem o terreno preparado.