a política na vertente de cartaz de campanha

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Tempo de férias

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Lisboa, tarde quente. Hoje.
Devo parecer um turista pois já por duas vezes me perguntaram com sotaque ligeiramente anglo-saxónico “ache? coke?”, enquanto me deixava levar pelo destino sem ponto de chegada.
Querendo, seria fácil a polícia acabar com esta pequena (será este o qualificativo correcto?) criminalidade. Umas sandálias e um calção pirata chegariam.

A Rua do Ouro tem o encanto do anacronismo, com as suas fachadas da Viena imperial ao lado das esplanadas germinadas a partir do mobiliário de plástico.
E tem a luz. A luz de Lisboa, diz o cliché, dizemos nós que é cliché, porque luz temos em abundância.
Quem parece uma sardanisca à procura de uma réstia de sol, como os bávaros, que fazem uma grelhada nas margens do Isar, mal umas horas de sol se antecipam no horizonte, não percebe que não nos deslumbremos perante esta dádiva.
Nós também temos dificuldade em perceber como é que eles têm dinheiro para cá virem apreciar estes ares.

Uma imperial, se faz favor, que é como por cá se chama a um fino.
Deixo aquelas gotas geladas empurrarem o calor que me rodeia como um abraço.
Um fino, a luz e tempo para apreciar ambos, marcam o momento, que é de férias.
Pequenas coisas que fazem grandes dias.

 

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3 comments :

  1. José Lopes disse...
     

    Ainda me faltam uns (muitos) dias para umas merecidas férias, e devo dizer que Lisboa não é uma opção aqui para o menino, que precisa mesmo é de calma.
    Cumps

  2. Nadinha disse...
     

    Gostei. está bem escrito. E só nos blogues encontramos a descrição de momentos de felicidade em solidão. É possível ser feliz sozinho?

  3. j. manuel cordeiro disse...
     

    Bem, se formos pelo ditado, mais vale só que mal acompanhado :)

    Mas creio que a necessidade de partilharmos o que se vive leva à que se fuja de estar só.

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