O meu baptismo de Freeport
Estreei-me ontem no Freeport. Desaguei no outlet da Reserva Natural do Tejo numa passagem de carro por aqueles lados. Um espaço aberto e embelezado com fontes que proporcionam um agradável sincopado de água chilreante. Atendendo ao pesado ambiente que tem pairado sobre este empreendimento, o ar era surpreendentemente respirável.
Caminhando por aquela pequena aldeia erguida sobre um estacionamento subterrâneo pude com rigor constatar que cerca de 90% das lojas destinam-se à venda de roupa. Espantoso. Seis anos de investigação por causa de umas camisas Lacoste. E a feira de Carcavelos tão mais próxima da Rua da Escola Politécnica.
O sol ia ganhando tons torrados e a perspectiva de uma bela imperial ganhou forma até se tornar incontornável. Finalmente sentado, de copo à minha frente, tive uma epifania. Quem ali planeara construir um cemitério, anos antes do Freeport existir, estava absolutamente certo. A cerveja veio completamente morta. Um detalhe menor num grande dia passado no Deserto da Margem Sul.
O negócio não é famoso por aquelas bandas e para este tipo de investimento sente-se falta de visitantes e por consequência de compradores.
Cumps
Realmente não estava famoso. Mas para quem constrói estas coisas, o negócio (venda das lojas) tem corrido bem...
FREEPORT
Em Março de 2009 a Associação Força Emergente constituiu-se assistente no chamado processo Freeport.
Pensávamos na altura estar a dar cumprimento ao sentir profundo de muitos Portugueses que iam assistindo a mais um vergonhoso caso de encobrimento de políticos corruptos.
A nossa contribuição era e é acima de tudo a demonstração de que ainda há no País quem não se acobarde nem se esconda atrás de conceitos ou posições hipócritas e que não tem medo de expor aquilo que sente e pensa.
A isso nos obrigava o rasto de impunidades que na altura já era bastante visível.
A postura e arrogância dos agentes políticos era manifesta e incomodativa para todos os que vêem um pouco mais longe e não gostam de fazer figura de parvos perante o quotidiano em que temos estado obrigados a viver.
O freeport é apenas um símbolo ou uma referência daquilo que é a podridão do Estado e da maioria dos agentes que nele vivem ou sobrevivem.
A petulância de Pinto Monteiro, a argucia socialista de Cândida, o enquadramento de Alberto, o trabalho de Mota, serviram de cobertura perfeita a Sócrates e ao seu mandarete Silva.
As pessoas que se arrogam ao direito de possuírem um mínimo de inteligência, têm que estar profundamente ofendidas com o funcionamento da Justiça.
Quando se diz que Portugal é um Estado de Direito, está-se apenas a lançar mais um velho slogan que nada contem e nada representa.
Acontece que Portugal não é um Estado de Justiça. Isto é o mais grave que pode acontecer a uma Nação. Quando o poder politico faz as leis e controla os agentes que as executam, termina a democracia e vive-se em plena ditadura dos politicos.
Não era isto que as pessoas esperavam destes novos arautos das liberdades.
Fomos enganados nas esperanças e nos sentimentos.
Este País não é hoje mais que um antro de oportunistas e corruptos que se escondem atrás da palavra Democracia e que ostentam na mão uma bandeira que tem escrita a palavra socialismo.
Aquilo que esta gente sem vergonha e sem princípios conseguiu até hoje fazer, foi empurrar toda a nossa estrutura de empreendadorismo para o limiar da sobrevivência.
Este País navega ao sabor dos empréstimos que continuam a entrar e que vão fazendo crescer a nossa divida externa.
Hoje temos que concluir que todos os partidos instalados são solidariamente responsáveis pelo descalabro a que estamos a chegar.
Esta Democracia não serve.
Este Sistema de Justiça está adulterado.
Este País exige que os "homens bons" se levantem e enfrentem esta escumalha que detém e usa de forma irresponsável o poder.
Nós iremos cumprir a nossa obrigação.
Enquanto Assistentes no processo Freeport, vamos dentro das nossas possibilidades obrigar a que os caminhos da justiça sejam percorridos e atalhar o passo àqueles que pensavam que a porta de saída já estava aberta.
Só é pena que sejamos apenas "meia dúzia" a ter de remar contra esta lixeira politica que fatalmente irá deixar na história o cheiro nauseabundo a que tresandam algumas das chamadas figuras de estado.