a política na vertente de cartaz de campanha

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Carlos Moreno no Pessoal e Transmissível

imageO programa Pessoal e Transmissível emitido ontem na TSF foi um autêntico serviço público. Carlos Moreno, juiz jubilado do Tribunal de contas, apresentou em conversa com Carlos Vaz Marques as suas conclusões (publicadas em livro) de uma vida profissional passada a apreciar as contas do Estado. Um programa a ouvir obrigatoriamente. Desde a hipoteca do futuro que as Parcerias Publico-Privadas nos vêm trazendo desde 1992, passando pelo descontrolo que foi a parceria da Lusoponte / Ponte Vasco da Gama ("vendida" como tendo custo zero!) e sem esquecer a crua realidade quanto ao endividamento público e privado (bem conhecida dos malvados especuladores), Carlos Moreno apresenta-nos um país que tem vivido do crédito que a actual e as próximas gerações irão pagar. Claro como água.

A questão não é se o país precisa de TVG, aeroporto, auto-estradas, Magalhães, etc., etc. mas sim se, primeiro, há dinheiro para estes investimento e depois se estão bem definidos ao nível dos cadernos de encargos (um aspecto fundamental para estancar a hemorragia de derrapagens financeiras e temporais).

Pese embora a fortíssima propaganda para transferir a responsabilidade do mau estado do país para um mundo que mudou em quinze dias (que declaração de incompetência!), o facto é que são as opções que se fazem há décadas que nos conduziram até aqui. E os eleitores, pela forma como se deixam comprar com "obra feita", são os responsáveis a apontar (muitos dos políticos não passam dos oportunistas do momento). A responsabilidade e os pagadores são vocês caros leitores, eu, nós. "Eles" é que seguramente não o são. Pense nisto quando responder a sondagens e quando cumprir o seu direito-dever cívico do voto.