a política na vertente de cartaz de campanha

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Fátima Campos Ferreira e o debate da educação

Con(tro)versas resume a minha opinião sobre o último Pró e Contras sobre a educação.

Acho que a apresentadora queria dar um ar de cross-fire, de "a durona do programa". Sinceramente, parece-me que ela não ouviu os diferentes protagonistas antes do programa para perceber quais os problemas e que soluções se estavam a preparar. Ela levava algumas perguntas de algibeira que insistiu em colocar aos entrevistados, independentemente do que eles tivessem para dizer.

Lembro-me do caso do sindicalista que estava a colocar uma série de questões à ministra sendo interrompido pela apresentadora para lhe perguntar se concordava com a avaliação dos professores.

Assim. Como quem ignora tudo o tinha sido dito para trás para impor a sua própria agenda. Depois quando chegou a vez da ministra responder, não procurou que esta respondesse às questões colocadas.

Em meu entender, Fátima Campos Ferreira teve dois tipos de má intervenção. Primeiro, lançando unicamente as questões que ela própria tinha preparado, em vez de também escutar os entrevistados e compreender os seus pontos de vista. Em segundo lugar permitindo que quem estivesse a responder a uma questão... não respondesse.

Sinceramente, acho que o resultado seria o mesmo se se tivesse dado um tempo fixo a cada interveniente para falar do que bem entendesse.

Sobre os temas da entrevista, gostava que o insucesso escolar tivesse sido abordado no âmbito das medidas burocráticas quem têm sido tomadas para o extinguir (leia-se, promoção da passagem administrativa). Corrijam-me se estou errado, mas não é isso que acontece no 1º ciclo quando só muito dificilmente é que o aluno pode chumbar mais do que um ano?

Gostava que a questão da avaliação dos professores tivesse sido abordada no contexto de porque é que é o único serviço público cujos "funcionários" são avaliados pelos utentes (na verdade, nem é bem isso, pois os utentes seriam os alunos...). Existe avaliação nos outros serviços públicos, mas não por quem os usa! Existe livro de reclamações, mas esses também a escola os têm.

No fundo, gostava que o programa deixasse perceber se as políticas adoptadas servem para apresentar um sucesso educativo de estatísticas ou de aprendizagem. Isto porque do que leio e ouço, depreendo que a preocupação é apresentar um sucesso escolar cujo valor numérico seja alto.


4 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    Vejo que "postámos" sobre o mesmo mas numa perspectiva diferente. Concordo com as suas opiniões. Também não gostei do desempenho da apresentadora.
    Está correcto no que se refere ao 1.º ciclo (embora não seja professora desse ciclo) e também há algum incentivo em que não se reprovem os alunos até completarem o ensino obrigatório e as formas de contornar o sistema de forma a que isso aconteça são muitas. Está também correcto quando afirma que a grande preocupação relativamente ao combate ao insucesso escolar é meramente estatística. Acho que isso ficou bem patente com os últimos exames nacionais: vamos repeti-los, não por causa dos erros mas por causa de ficarmos mal nas estatísticas!

    Sabe, gostei da declaração daquele professor de Seia que dizia que a culpa do estado da educação podia ser dos professores, mas também se tinha de responsabilizar os políticos pelo estado do país...


    P.S.: Porque é que isto abre publicidade nos comentários?

  2. Anónimo disse...
     

    hoje não abriu... não sei porquê...

  3. Anónimo disse...
     

    se raposa velha fosse professor veria em todo o seu esplendor a ignorância, em matéria de educação, que grassa pelo ministério que se deveria envergonhar de se chamar de educação.
    se fosse o senhor ou eu a mandar postas de pescada sobre educação entre umas imperiais e uns caracóis nada de mal viria ao mundo. o que é grave é que a dita senhora (alguém por ela , para ser mais correcto)tem poder para , não contente em dizer asneiras do ponto de vista pedagógico e organizacional do que é uma escola (que ela confunde com a mercearia da D. Umbelina) tem poder para o fazer e transformar os pesadelos em duras realidades.
    o que esta senhora e este governo por ela está a fazer à educação é um erro tremendo e vamos pagá-lo durante muito(demasiado)tempo. não é aos professores que esta política "educativa" está a fazer mal;é ao país. e depois mesmo naquilo em que dizem que são bons e que é esse espírito e essa mentalidade que querem transportar para as escolas são de uma incompetência que nenhuma tentativa de prova deixa ficar mal. um pequeno exemplo: no final do concurso de professores ficou com milhares de professores com vínculo ao ministério mas sem horário de escola mas a quem tem de mensalmente pagar e teve de contratar 600 professores com a categoria de "contratado!:.isto é o que ela deve chamar de gestão moderna.
    outro caso e só para acabar que já estou a abusar é o que refere dos exames repetidos. o mais engraçado é que para evitar mais conversa transformou a asneira em decreto lei. esta merecia uma estátua do tamanho do marquês. se a moda pega vai ser bonito. repare que até o presidente do conselho veio , coisa nunca vista, pedir ao povo que a deixassem trabalhar.


    uma pobreza!uma verdadeira pobreza.

    cumps

    f

  4. Anónimo disse...
     

    não, "raposa velha", percebeu muito bem. O país ficava mal visto com notas tão baixas naquelas disciplinas, daí a repetição. Erros? Isso não interessa nada! Agora não podemos é apresentar-nos com aquelas notas! Daí que se tenham verificado e denunciado erros noutras disciplinas e estas não tenham sido repetidas já que as notas até foram "razoaveis"...

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