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Os números dos Dias da Música 2007 - II

Pensei ter encerrado o tema dos Dias da Música no texto "Os números dos Dias da Música 2007" mas dois excelentes textos sobre o assunto, focando outros pontos de vista, trouxeram-me de volta à temática.

São eles:

Eu também não volto a falar dos Dias da Música, por Teresa
Destaco:
«[...]Há um aspecto que me interessa particularmente enquanto musicóloga. A programação da Festa da Música orientava-se por critérios de carácter vagamente historiográfico, pelo que a criação ulterior de discurso estava assegurada. Tinha, portanto, entre outras, uma evidente função pedagógica. Não oferecia apenas o prazer efémero da música ao vivo, mas a possibilidade real de aprender alguma coisa sobre a história da música em sentido lato, assim como sobre a história dos géneros musicais, da interpretação, do percurso dos próprios compositores. Colocava questões e dava perspectivas.

Asseguro-vos, meus caros contertúlios, que ter escutado no mesmo dia, por exemplo, as Variações sobre um tema de Paganini, de Rachmaninov, o Festim da Aranha, de Roussel, prelúdios de Debussy, obras de Chopin e a sonata de Liszt, o terceiro de Prokofiev, Frescobaldi e Bach entremeados por música techno, o terceiro de Beethoven… não leva, intelectualmente, a lado nenhum. As minhas escolhas foram, por força das minhas circunstâncias pessoais, pouco ponderadas. Mas, mesmo assim...[...]»

Alguém que me explique isto dos dias da música, por Henrique Silveira
Destaco:
«[...]30 pianistas, alguns nem devem aparecer no google. Concertos a solo e a duo. Muitos eram pianistas portugueses, mais baratos por causa das viagens, e algumas orquestras: Orquestra de Câmara Württemberg, ORCHESTRUTOPICA, Orquestra Metropolitana, Orquestra Filarmónica da Eslováquia.
Serão 250 músicos no máximo, com muita caridade, mais os 30 pianistas, um percussionista e um cravista. Ficou, mais coisa menos coisa, a cerca de 2100 euros por músico (onde se incluem os músicos das orquestras, que são pagas sempre da mesma forma tabelada e institucionalizada). Conclusão: os preços pagos pelo CCB aos solistas são muito mais elevados do que nos tempos de René Martin e não são inferiores a preços de concerto normal, não existe qualquer economia de escala. [...]

Custo de 2006: [...] Feitas as contas fica a 1400 por músico, e que músicos, além disso vindos (mais de 450) do estrangeiro, com viagens a pagar pelo CCB. [...]

[...]Copia-se descaradamente e despudoradamente o modelo, faz-se uma versão baratucha que putativamente fica a um terço do custo de 2006, ultrapassa-se o orçamento em 50%, chega-se a metade do valor anterior; chamam-se, de caminho, uns nomes ao programador antecedente, finalmente até se diz que não se sabe o que é a Festa da Música, muito edificante, sem dúvida.[...]»


1 comments :

  1. Zé Povinho disse...
     

    A música é outra. O bago faz falta para a festa da presidência europeia e outras despesas com salários e indemnizações de gestores públicos. Ah, esquecia-me de que também era preciso comprar outro BMW para o 1º, que o outro vai ser enviado para o dono.
    Cultura para o governo é desperdício.
    Abraço

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