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Sócrates e as obras públicas

O que Sócrates quer dar às construtoras portuguesas
Diário Económico, 2007-06-19 00:05
Governo quer construtoras a pagar escolas, prisões, estradas e hospitais. Fundos privados terão uma palavra a dizer nas verbas, mas o Estado promete diluir a sua parte em rendas a longo prazo. As próximas gerações vão pagar parte da factura.

A proposta que o primeiro-ministro José Sócrates apresentou ao sector da construção - uma espécie de aliança com o Governo para relançar os investimentos - tem na base uma medida a longo prazo: o sector compromete-se a financiar a construção imediata de infra-estruturas e equipamentos considerados necessários e o Estado assume a qualidade de locatário, diluindo no tempo o seu envolvimento financeiro. Ou seja, serão as próximas gerações a pagar o investimento que os privados terão de fazer nas escolas, estradas, hospitais e prisões, redes de abastecimento de águas e de tratamento de esgotos, redes de abastecimento de energia e projectos na área hoteleira ou turística, entre outras áreas.
Onze em cada dez portugueses acha que ou o PS nada aprendeu com as SCUT ou que a preocupação com o défice não passa de fachada.


2 comments :

  1. Maria Lisboa disse...
     

    Isto vai funcionar "assim a modos c`o meu pavilhão".

    O ME contratualizou com o IND e as CM a construção dos pavilhões desportivos escolares(em 1994/95), os tais pavilhões 2000. Foram construídos, no país, 100 pavilhões no âmbito deste protocolo.

    O IND, ao que sei entrou com uma qualquer parte menor e retirou-se.

    Sobraram o ME e as CM. O ME entregou o usufruto dos ditos às CM. Os pavilhões estão construídos, na sua maioria (o meu está) em espaços da escola. Saíu em DR a nota da propriedade dos pavilhões - são pertença das escolas e portanto das respectivas DRE , consequentemente do ME.

    Só que a gestão é das CM! Em nome de uma manutenção que raramente é feita e que se não fosse a escola a resolver aqueles pequenos problemas de todos os dias, aquilo tornava-se uma desgraça completa, pagamos aluguer do pavilhão que é nosso.

    O nosso aluguer anda na ordem dos 20000€. Sei que variam de CM, para CM, no entanto, pagamos o tempo das aulas curriculares, o tempo para além das aulas curriculares, em que o utilizarmos para os núcleos de desporto escolar (o que na minha escola é todos os dias das 18.30 às 20.00) e ainda aos sábados de manhã quando temos jogos, e ainda os gastos de água, gas e electricidade!

    Para além disto, a CM aluga o pavilhão aos clubes da zona, das 20.00 até às 23.00/24.00.

    Resumindo, para além de pagarmos, ainda somos impedidos de fazer dinheiro para a escola.

    Isto é grave! Mas não o seria tanto, se ME ou CM nos fizessem os campos exteriores, espaço que existe e que não pode ser utilizado porque é incerto e é um campo de capim a maioria do tempo (de vez em quando vêm capinar!) Um diz que quem gere os espaços é o outro, o outro diz que os campos são propriedade do um! Assim, numa escola em que bem precisavamos que os alunos tivessem espaços para se "espraiarem", numa escola que foi constituída como TEIP II, continuamos à espera que as comadres se entendam.

    Outro exemplo pode ser visto no que aconteceu com as AEC e os subalugueres que foram sendo feitos e onde se pode perceber quem ganhou e quem perdeu.

    Isto é um exemplo do que se irá passar com as obras por conta que eles estão a anunciar. Uns vão ter o prémio, os outros que somos nós (estado) continuaremos a pagar! Dizem eles que as futuras gerações é que hão-de pagar a factura. Quais futuras gerações?! Há quantos anos andamos a pagar facturas?

    PS: Está a terminar a construção de um pavilhão municipal, tipo ovni (aspecto exterior), todo cheio de quiproquos, no bairro. A CM já nos mandou uma carta a "devolver" o pavilhão. Só podemos aceitar com ordem da DRE, no entanto, aceitando ou não, eles já não o querem.
    Passarão a alugar o outro...
    E nós, agora vamos ficar com o nosso... se calhar já não teremos é a quem o alugar!
    É que se o alugassemos talvez conseguissemos arranjar verbas para daqui a 2 ou 3 anos (se nos deixassem... sim porque o ME não faz e normalmente não deixa fazer...)) mandar, pelo menos, terraplanar os campos (o que se tivesse sido feito na altura da construção, teria custado apenas mais 500 escudos... agora ficará em milhares/ões...)

  2. Fliscorno disse...
     

    maria lisboa: ocorre-me que os negócios do Estado têm sempre duas marcas:
    1. a dos muitos zeros, sempre em posição significativa, seja na contratação da mais elementar tarefa, seja nas inevitáveis derrapagens financeiras e obras não previstas;

    2. e a do ambiente kafkaniano que as rodeia.

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