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Torre de São Vicente de Belém

torre de belém
Torre de São Vicente de Belém [link na Wikipédia]

Ontem, nessa pirosice que foi o negócio chamado «As Novas Sete Maravilhas» (marca registada!), coube à Torre de São Vicente de Belém ser escolhida por alguns portugueses como uma das «Sete Maravilhas de Portugal».

Não pretendo discutir agora a legitimidade da iniciativa. Aceitemos, antes, a Torre de Belém como uma dessas maravilhas e passemos a verificar, sumariamente, se o espaço envolvente é com ela compatível.

Olhando em redor, junto a esta torre, encontramos alguns um pequeno jardim e alguns monumentos. Pela sua posição estratégica na linha do horizonte, rapidamente damos conta do Padrão dos Descobrimentos. Chega-se até ele passando por um parque de estacionamento, contornando uma doca e passando pelo meio dumas bombas de gasolina.

Doca do Bom Sucesso, obras do Porto de Lisboa

Mas o aspecto mais notável e que motivou a escrita deste texto reside nas incontornáveis obras que estão a ser executadas ao lado da Doca do Bom Sucesso.

Doca do Bom Sucesso, obras do Porto de Lisboa

A fazer parelha com o anterior Centro Comercial de Belém, agora Tasca do Berardo, um prédio com alguns andares (a avaliar pela altura das gruas) está a ser edificado ali num dos espaços nobres da cidade.

Doca do Bom Sucesso, obras do Porto de Lisboa

Passando então pelo posto de combustível, que deve ser peça fundamental no enquadramento urbano envolvente, já que mais à frente existe outro, contornando os carros estacionados em cima do passeio e deixando até o próprio passeio, que fazia falta à obra, chegamos finalmente ao local onde é explicada a natureza da construção.

Doca do Bom Sucesso, obras do Porto de Lisboa

Descobrimos que está a ser construido um hotel, que o responsável pela obra é o Porto de Lisboa e que neste Verão, no do ano que vem e ainda mais alguns meses assistiremos ao nascer daquele mostrengo à beira rio plantado.

Um hotel?! Realmente, mas o Porto de Lisboa precisa dum hotel? E tinha que ser em cima do rio? Lisboa tem uma linha de rio de enorme potencial, seja ao nível do turismo, seja simplesmente para proporcionar o bem estar a quem habite ou visite Lisboa - a razão de fundo de existência duma Câmara Municipal, não é?! No entanto, apesar dos vários quilómetros que compõem a margem do Tejo poucos são os metros em que se possa caminhar ao longo da linha d'água.

Por uma vez, ainda não foi desta, é certo, ainda seremos surpreendidos com um bom exemplo de planeamento urbanístico. Mas o melhor será esperar sentado. Olhando de longe para as outras maravilhas, já agora.


6 comments :

  1. Watchdog disse...
     

    Realmente é revoltante! A Torre e o Padrão vão ficar "asfixiádos"! Tudo em nome da construção devassa e pôdre que vai minando este país. Estamos também sujeitos ao "bom-gosto" dos labregos e dos parolos dos governantes (que dão o aval as estas aberrações) e contrutores civis. Cambada de saloios!

  2. Eva disse...
     

    Há alturas na vida em que ter um hotel à mão dá imenso jeito. Ó se dá!

  3. Anónimo disse...
     

    Mais confuso, ainda, é que o Porto de Lisboa possa fazer o que muito bem entende num espaço que está inserido no Município de Lisboa. Será que a Câmara não tem algum tipo de jurisdição sobre estes terrenos e a Administração do Porto de Lisboa pode construir sem licenciamento?
    O que me parece é que a coberto da burocracia alguém se aproveita para ganhar uns tostões. Até porque há sempre a desculpa de que quem manda ali não é a Câmara…

  4. Fliscorno disse...
     

    watchdog mas onde está mesmo o país? Um lugar mal frequentado, isso sim, como dizia o outro :)

  5. Fliscorno disse...
     

    eva, um hotel à mão? E se for ao pé? :)

  6. Fliscorno disse...
     

    pita-cega, cá para mim uma mão unta a outra ;)

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