FLISCORNO

Nada tenho contra a avaliação profissional. Pelo contrário até a considero indispensável como forma de recompensa para quem faz o seu trabalho exemplarmente. Por isso lamento que o Ministério da Educação esteja tão empenhado na concretização desta avaliação de desempenho dos professores, pois não vai avaliar se um professor é um bom educador mas apenas quantos alunos passou.

Esta avaliação dos professores ditará o fim da escola pública como local onde se pode confiar que os alunos passem por estar bem preparados. Sendo os professores avaliados perante o sucesso dos seus alunos mas cabendo aos alunos a decisão de estudar ou não, o professor ver-se-á colocado perante este dilema: chumbar quem não sabe, arriscando-se a não cumprir os objectivos estabelecidos e, consequentemente, a não progredir na carreira; ou passar os alunos indiscriminadamente e receber um Muito Bom na avaliação.

A parte que me aborrece é que continuaremos a pagar os mesmos impostos mas será necessário, ainda, pagar um colégio privado se se quiser uma educação digna desse nome.

E onde pára a oposição? A sua grande preocupação está mais ligada a que obras públicas vai o governo lançar, daquelas que pagam campanhas eleitorais, do que a estas questões que, aparentemente, nem ao Menino Jesus interessam.