Carta aberta aos professores
«Tenho recebido de inúmeras origens o seguinte mail:
"O comício nacional do PS marcado para o dia 15 de Março no Porto, que levará José Sócrates ao reencontro com as bases, foi transferido da Praça de D. João I para o Pavilhão do Académico, uma mudança que "protegerá" o líder socialista de qualquer imprevisto vindo da rua." (Público, 06.03.08)
Convocam-se todos os professores para estarem presentes à porta do Pavilhão, não para "atacar" sua excelência, que os professores não são arruaceiros!
Vamos dar-lhes mostras da nossa DIGNIDADE mas IRREDUTIBILIDADE… todos de NEGRO e em SILÊNCIO!!!!.. os cartazes dirão o que se tiver a dizer!…. e os meios de comunicação serão a nossa voz!!!!
Acima de tudo, tem de se mostrar que os vilões são eles!!!!!!!!!!!!
REENVIA PARA TODOS OS TEUS CONTACTOS!!!!! OS PAIS E ALUNOS TAMBÉM SÃO BEM-VINDOS!!!!!!!!! [...]»
Os ânimos andam exaltados mas, caros professores, vejam esta ideia peregrina de se amotinarem à porta do comício do PS com os olhos da opinião pública. É através dela que poderão fazer valer o vosso ponto de vista.
Ao irem até lá, seja em silêncio ou não e seja em que número for, apenas vão dar substância ao previsível discurso de Sócrates. Como não vêm isto?! Creio que Sócrates vos ficará grato, apesar do esperado ar indignado com que irá vender a ideia de que os professores estão contra a liberdade.
Noutro dia, comentava com colegas de trabalho sobre questões educativas. A pergunta era "mas o que querem os professores?". Obviamente que ninguém entre eles sabia do novo ECD, nem sequer da questão do professor titular. Quanto à avaliação - nós somos avaliados, já que trabalhamos numa empresa privada que avalia os colaboradores - não percebiam porque se "recusam" os professores em ser avaliados.
A questão é que o ME tem uma estratégia de comunicação e os professores, representados não sei bem por quem, não têm. Grande parte da população não está por dentro das questões em causa e consome as notícias preparadas para a comunicação social.
Do vosso lado, há uma linguagem sindical, já bastante batida, admita-se, que não faz propostas, centrado-se na comunicação pela negativa. Vocês precisam de explicar as vossas posições em termos que convençam e esclareçam a opinião pública, que mostre qual o caminho que se poderia seguir. Um caminho que conduza a uma escola que melhor prepare os alunos e que, em consequência, deva por isso recompensar os seus profissionais.
Desculpem esta minha ousadia em vos dar conselhos mas ocorreu-me que talvez vos interesse o feedback de alguém de fora.
O pior mesmo é que qualquer ajuntamento na zona do pavilhão dará a impressão de que de facto está lá muita gente :)))
Também já alertei para o mesmo!
http://ocartel.blogspot.com/2008/03/ateno-manifestao-que-esto-convocar-para.html
Bjs
Ver o SOCRATES e os seus "SOCROTÁRIOS" já me basta na TV. Os professores não devem ir pois a nossa luta é outra... o COMBATE À POLÍTICA DO ME E DO GOVERNO.
os mentirosos compulsivos dirão sempre o que lhe convem partindo do principio que somos todos ignorantes e estúpidos como eles
Eles têm montado um dispositivo mediático contra o qual só se pode lutar com canhões! Concordo que os professores não devem de ir lá, devíamos de ir lá todos, isto já só lá vai com porrada!
Um abraço sem brandos costumes
A sua sugestão é tão correcta que já há algum tempo um grupo de professores, que a luta e a Internet uniu, resolveu criar a APEDE (www.apede.pt) e se bate pela criação e apresentação de alternativas.
Infelizmente, não por falta de uma estratégia de comunicação, mas porque os mídia estão mais interessados na manutenção do status quo e a investigação é um hábito que não faz parte das suas rotinas, a nossa voz ainda não conseguiu furar a visão maniqueísta de que tudo se reduz ao binómio governo-sindicatos.
Convido-o a visitar blogues como: http://ramiromarques.blogspot.com/ http://kosmografias.wordpress.com/ http://terrear.blogspot.com/ ou o inevitável http://educar.wordpress.com/, para além do que eu próprio animo e verá que existe mais vida para além da que a comunicação social nos mostra.