Ministério das Estatísitcas Educativas
As posições expressas pela Associação de Professores de Matemática e pela Sociedade Portuguesa de Química quanto à facilidade das provas, foram ainda complementas com dois outros aspectos. O positivo foi a inexistência de erros nas provas. Havendo um gabinete do ME específico para este assunto nem outra coisa seria de esperar dum serviço competente. O segundo ponto foi sobre o maior tempo disponível para realizar a prova. Todos os que já tenham realizado exames sabem muito bem que o tempo é um factor crítico numa prova e que é também factor de avaliação. É indiscutível que aumentar o tempo da prova constitui uma forma de promover melhores resultados. Torna, também, inválidas as comparações de resultados com anos anteriores.
Apesar das posições destas duas associações, a Associação Portuguesa de Matemática e o departamento de Educação da Sociedade Portuguesa de Física já vieram dizer que as provas tem grau de dificuldade adequado, validando assim as teses do ME. Como não tenho competência para me pronunciar, fico-me pelo que dizem as partes e pelo que leio por aí. Mas como não acredito em milagres, tenho dificuldade em perceber como é que do ano passado para este se diminui a taxa de reprovação em metade. Foram os alunos que progrediram assim tanto dum ano para o outro ou foi o nível de exigência que baixou? Como diz o editorial do Público, cada qual que tire as suas conclusões.
Mas devemos ainda perguntar se constitui motivo para preocupação serem as provas de exame fáceis. Afinal de contas, fica alguém a perder? Exceptuando os alunos que de facto se esforçaram para se preparem para as provas constatarem que a balda compensa e de se contribuir para a eterna fraca dos portugueses, nada há a lamentar. Acresce ainda que as famosas estatísticas da OCDE, construídas com base nas informações disponibilizadas pelas entidades oficiais de cada país, sairão bem melhores. O facto é que para o ano que vem, ano da publicação trianual «Programa Internacional para a Avaliação de Alunos» da OCDE, quando a curta memória da opinião pública já tiver esquecido este episódio, lá estarão os habituais comentadores e políticos a cantar louvores às políticas seguidas pelo ME. Alguém se vai lembrar que os exames foram, eventualmente, mais fáceis e que tiveram mais tempo para a sua resolução?
Se há uns milhares de professores, já os pais são milhões e os alunos nem sequer votam. Um governo tem que ter prioridades e ter eleitores felizes está na ordem do dia.
Do teu texto apenas vou sublinhar isto:
Não há milagres. E sim!, o nível de exigência baixou, está a baixar de uma forma assustadora. Qualquer dia para se passar num exama basta saber assinar o nome, como dizia o outro senhor.
Mencionaste algo que para mim faz todo o sentido. Colocando de lado a realidade de os exames serem mais fáceis - porque os alunos não estão mais inteligentes -, o factor tempo tem um GRANDE PESO no meio disto tudo.
Se colocarmos este cenário, exames mais fáceis, sem alongar o tempo para realizar os mesmos, já daria merda. Acredito que muitos alunos já teriam mais dificuldade. O tempo é sim um factor importante, sempre o foi, é importante saber com que rapidez um aluno consegue responder a determindas questões. Qual será o futuro? Um dia inteiro para responder a um exame que um miudo que 7 anos consegue em meia hora?
Fico por aqui, poderia dizer mais , mas tu já disseste muito e muito bem.
Beijinhos
Claro que os pequenos só querem trepar! E isso é muito chato - ocupa um tempo de antena que é roubado aos grandes!
Infelizmente, neste país, para tolo, tolo e meio...
...ou não falassem a mesma língua: "(...) como desta vez não houveram erros (...)
Estás bom?
:)
Bjs
PS:
Claro que falo de jumentos...
... e de vozes que se ficam pelo inferno...