Web PC
Sobre o tema em questão, há sem dúvida muito dinheiro evolvido. Com a largura de banda a aumentar regularmente e com o advento do DSL (ou ADSL para os "pobres"), a computação distribuída ganhou novo fôlego. Do servidor central com terminais passámos para a informática pessoal do PC. Um notável percurso que culminou com o domínio da Microsoft graças a estratégias diversas - e nem todas de cariz tecnológico. No universo Windows o consumidor, perdão, o utilizador, compra uma máquina e licenças de utilização dum conjunto completo de software, desde o sistema operativo até aos pacotes de produtividade. O core businesses da Microsoft reside precisamente nesta particularidade de se estar agarrado à plataforma pelo sistema operativo e pelas suas aplicações.
Neste ponto entra em jogo o factor "Internet & banda larga". Estas ligações em rede, cada vez mais rápida e de maior capacidade, permitem voltar ao conceito do servidor com os seus terminais. Excepto que estes, contrariamente aos primeiros, não são "estúpidos" - têm capacidade de processamento local. Este facto aliado à ligação em rede traz um novo conceito de computação para a generalidade dos utilizadores, sendo a peça chave o software que permita integrar a capacidade de processamento local com a do servidor à qual se está ligado em rede e que, até ao momento tem sido o browser.
O Google Chrome não é apenas mais um browser. Constitui a entrada dum novo actor num momento de mudança de paradigma. Opções tecnológicas, descritas num anterior texto, como um site web corresponder a um processo, a existência duma framework para alargar as funcionalidades do browser e o suporte à comunidade de programadores indicam que o Chrome poderá vir a constituir uma nova plataforma aplicacional. Em vez de se desenvolverem aplicações para Windows, Mac ou Linux, desenvolvem-se para o Chrome . Não importa que máquina e que sistema operativo está o utilizador a usar. Basta que corra o Chrome e tenha ligação à net.
Em certa medida, os actuais browsers já são usados como plataformas aplicacionais mas apenas para áreas específicas. O lucrativo feudo das aplicações de produtividade como processamento de texto, imagem, dados, etc. ainda é praticamente exclusivo ao tradicional software para computador pessoal. Quem quiser entrar e vencer neste mercado tem que fazer melhor e mais barato do que a concorrência. E mesmo assim não tem garantido o sucesso. Vejam-se os casos do OpenOffice (gratuito) e do StarOffice (cerca de 70 dólares) que são funcionalmente equivalentes ao Microsoft Office, mais baratos, compatíveis até ao nível do formato de documentos (até a Microsoft ter mudado e patenteado um novo formato de ficheiros no Office XP) e, no entanto, estas aplicações não arrasaram o mercado da Microsoft.
Com a computação distribuída que a web actualmente permite, as empresas de software deixam de ter que competir no terreno Microsoft. Por outro lado, os utilizadores deixam de estar agarrados ao sistema operativo e às suas aplicações específicas. Talvez fiquem agarrados ao browser ou à nova plataforma que o substitua. Mas, garantidamente, deixam de estar dependentes dum sistema e das suas aplicações.
Esta mudança é substancial, comparável à mudança do MS-DOS para Windows. O Wordperfect perdeu para o Microsoft Office. Veremos a repetição do dono da nova plataforma conseguir impor o seu pacote aplicacional como o standard de mercado? É um caso a seguir, até porque a concorrência não dorme.
É muito vergonhoso dizer que me perdi a meio??
Quanto ao mundo da milu... O problema é que os sindicatos não estão interessados em que haja uma Ordem. Durante anos convenceram os professores que uma Ordem seria prejudicial... Os professores, que não são todos iguais, acreditaram e não se organizam para criar tanto uma Ordem como um Código Deontológico que só seria útil para nós!!...
bEIJOS
Professorinha, eu próprio creio que me perdi enquanto debitava estas divagações numa noitada passada :-)