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Ora aí está o que a FENPROF propõe para avaliação de desempenho da actividade docente. Francamente acho a proposta uma desilusão. Não vejo que difira do modelo anterior e, portanto, nada de novo trará. Depois de tanto barulho sobre o actual modelo, esperava algo que me permitisse escrever "o ME apenas está preocupado em redução de custos mas os sindicatos apresentam algo que melhorará o ensino". Estarei a ver mal? E de onde nasceu esta proposta? É dos professores ou da direcção do sindicato? Esta coisa das representatividades por inerência aborrece-me um bocado!


7 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    O que deverá ter uma proposta de ADD que melhore o ensino?

  2. Anónimo disse...
     

    Esta proposta está há bastante tempo no site da fenprof.

  3. j. manuel cordeiro disse...
     

    «Esta proposta está há bastante tempo no site da fenprof.»

    É possível que sim, já que não vejo uma data associada aos documentos. No entanto, nas propriedades dos PDF vejo que esses ficheiros foram criados a 7-10-2008 pelas 18:05.

    Mas se esta proposta está lá no site assim há tanto tempo, onde está então a proposta de que o Mário Nogueira falou recentemente?

  4. Anónimo disse...
     

    É um erro reduzir a avaliação à sua dimensão de purgação. A ideia da campeonite pode servir os interesses da administração que quer gastar menos com a educação mas servirá pouco os interesses da escola de qualidade: Só uma avaliação formativa, cooperativa, não competitiva, servirá esses interesses. Como é evidente, a minha perspectiva desenvolvimental é controversa e pode até gerar pruridos. Mas estou plenamente convencido que para purgar a classe e atingir “os baldas” haverá outras vias mais simples e menos perversas, por exemplo: uma gestão democrática, descentralizada, assente em lideranças partilhadas.

  5. Anónimo disse...
     

    Sou professor e quero ser avaliado. Não desta forma, claro. Gostaria que um dos parâmetros da avaliação fosse a coerência entre as notas atribuídas por mim e os resultados obtidos pelos alunos num exame nacional. Esse parâmetro faria com que os outros parâmetros (qualidade das aulas, dos materiais, etc.) fossem avaliados com imparcialidade, sem amiguismos nem ódios de estimação.
    Parece-me óbvio que a avaliação dos professores deve ter em conta avaliação dos alunos: pois como se pode perceber se um professor ensina bem se não se souber se os seus alunos aprenderam ou não? Fazer isso como o governo queria (estabelecendo taxas de sucesso como meta) levaria a uma vergonhosa inflação de notas, mas com os exames nacionais isso já não se passaria.
    O problema é que há poucos exames nacionais - e a maioria dos professores não parece apreciá-los muito.
    Por exemplo: sou prof. de Filosofia e não há (INFELIZMENTE) exame nacional de filosofia.
    Assim, para avaliar bem os professores era preciso primeiro mudar isso e introduzir mais exames nacionais.

  6. j. manuel cordeiro disse...
     

    Miguel, de facto vejo que "uma gestão democrática, descentralizada, assente em lideranças partilhadas" resolveria muitos problemas e, seguramente, que dispensaria o monstro que o ME quer criar. Mas até aqui, dos ecos que me chegam, isso não tem funcionado. A evidência está, precisamente, em cada escola saber quem tem uma "atitude mais ligeira" perante as suas competências mas fechando os olhos.

  7. Apache disse...
     

    Este modelo é bastante parecido com o que vigorou até 2005 e não creio que se possa ir muito mais longe, sem se ser excessivamente burocrático, subjectivo e injusto. Por alguma razão vários países europeus usam modelos idênticos.
    Não sei há quanto tempo isto está no ‘site’ da Fenprof, também o descobri há poucos dias e é a mais recente proposta do sindicato.
    Não concordo que seja necessária uma avaliação formal para se “apanharem os baldas”. Todas as escolas por onde passei têm 2 ou 3. Os Presidentes dos Conselhos Executivos não põem termo a isso porque não querem. O ECD elenca os deveres dos docentes, quem não os cumpre deve ser punido disciplinarmente. Quem os cumpre, se não progride na carreira e vê progredir os amigos dos avaliadores vai ficar (obviamente) descontente. É este o principal problema das quotas na progressão.
    Quanto às faltas, elas existem em todas as profissões. Nas empresas privadas não conheço os dados estatísticos, mas na função pública foi divulgado um estudo (à cerca de 3 anos) que provava serem os professores os menos faltosos.
    Voltando à avaliação… Distinguir o mérito de alguns (excepto um ou outro que efectivamente se destaque, tal como os “baldas”) é tarefa quase impossível. Se for pelas actividades em que participa, vamos ter visitas de estudo todas as semanas e muitos cartazes expostos; se for pelas notas atribuídas as alunos, é injusto porque os mais velhos ficam com as melhores turmas e os outros com as que restam e depois, no final do ano, sai uma classificação hiper-inflacionada para compensar a turma que saiu na rifa; se for pelo desempenho em aula, é necessário que o avaliado reconheça competência ao avaliador, acontece que um determinado ano e disciplina só é leccionado por 1 ou 2 (no máximo 3) professores, os restantes não conhecem sequer os conteúdos programáticos. Conclusão, a distinção, na esmagadora maioria dos casos é impossível.

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