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Considerações:
- À luz do tratamento igual que tenho ouvido falar pelas diversas autoridades, aguardo agora dois comunicados do PGR e duas entrevistas de Cândida de Almeida a esclarecer a situação destas pessoas:
- José Marques
- João Cabral
- Manuel Pedro - As fugas de informação, cirurgicamente concretizadas, foram significativamente inexactas. Cirúrgicas porque pareceram obedecer a um calendário; inexactas porque apenas apresentaram parte da informação.
- O DVD e um tal email foram os motivos evocados para a existência de tal carta. No entanto, a carta refere que a «Polícia Judiciária portuguesa
declarou à Serious Fraud Office e à Polícia da Cidade de Londres que o facto de a aprovação ter sido alguma vez concedida, dada a existência da zona de protecção ambiental, levanta uma forte suspeita de corrupção no procedimento de aprovação.»
Acrescenta ainda «Alega-se que foi chegado a um acordo no sentido de que a Freeport efectuaria, por intermédio da Smith & Pedro, pagamentos a terceiros, relacionados com José Sócrates. Estas alegações resultam colectivamente da Carta Rogatória da Procuradoria Geral da República do Montijo, de 12 de Agosto de 2005, apoiada por uma lista de emails extraídos de computadores apreendidos aos escritórios da Smith & Pedro pela Polícia Judiciária portuguesa. Esta lista foi posteriormente fornecida pela Polícia Judiciária à Polícia da Cidade de Londres.»
E há mais. «Posteriormente, a Freeport efectuou 3 ou 4 pagamentos em parcelas de GBP 50.000 à Smith & Pedro. Charles Smith, no vídeo de 3 de Março de 2006, alega que se trata de pagamentos de subornos, com o intuito de satisfazer o acordo de 17 de Janeiro de 2002, a partir dos quais efectuou uma série de pagamentos em numerário a um primo de José
Sócrates. A Serious Fraud Office e a Polícia da Cidade de Londres foram informadas pela Polícia Judiciária numa reunião realizada no dia 9 de Julho de 2008 de que tinham sido obtidas provas de uma série de saques em numerário que se julga estarem relacionados com esta alegação. Além disso, foram efectuadas alegações menos específicas de que foram pagos montantes mais importantes (até GBP 5 milhões) a uma empresa de advogados em Portugal ligada a José Sócrates, como pagamentos de subornos a partir de fontes do Reino Unido.» - Além do sempre focado DVD, os ingleses forneceram muito mais material, entre o qual material bancário.
- Os ingleses informam ainda da sua política de relação com a comunicação social: «A política da Polícia da Cidade de Londres e da Serious Fraud Office relativamente aos meios da comunicação social é actualmente a de não efectuar comentários, ou de declarar que "não nos é possível comentar" no tocante a quaisquer pedidos de informação recebidos. Agradecia que esclarecesse quais as medidas, se as houver, que estão a ser tomadas relativamente à divulgação não autorizada de informação. Agradecia que esclarecesse qual a política actual dos departamentos do Ministério Público e da Polícia em Portugal em matéria dos meios de comunicação social relativamente a este caso.»
Ora este aspecto mostra uma gritante diferença de actuação comparativamente às nossas autoridades:
a) os ingleses têm investigado; cá o processo tem estado parado;
b) os ingleses optaram por uma política de sigilo, possivelmente antevendo a confusão que as pessoas envolvidas trariam; cá tem-se disfarçado a realidade de não se ter investigado com persistentes fugas de informação, realizadas obviamente por quem tem acesso oficial a esta carta (as autoridades portuguesas, encarregues de investigar/acusar/arquivar). - Os homens do PM e ele próprio têm falado em «cabala» e em «forças ocultas». No entanto, sem querer tecer considerações de inocência ou culpa, os factos falam por si:
a) foram as autoridades portuguesas que deram razões aos ingleses para que enviassem esta carta rogatória;
b) foram as autoridades portuguesas que fizeram saltar a notícia para a comunicação social, sem que a investigação estivesse feita;
c) são as autoridades portuguesas que agora se prontificam a defender aquele que entretanto lançaram na lama;
d) o processo de licenciamento do Freeport foi invulgarmente rápido, como se houve pressa para o concretizar; - Foi este o governo que optou por nada de eficaz fazer no campo da justiça, atitude que tem tido tornado a justiça algo inexistente neste país;
- Há registos bancários fornecidos pela investigação inglesa. Foram investigados? Ou o que as fugas de informação revelaram são a única coisa que a polícia portuguesa tem para mostrar?
- Porque ainda não cumpriram os ingleses a carta rogatória que lhes foi enviada em 2005?
- Porque foi demitido em Março de 2006 o então Director da Polícia Judiciária?
Nas palavras de Sócrates sobre este caso pode-se ouvir o seu grito de vitimização. No entanto, o que esperava um ministro do ambiente ao aprovar um projecto destes a 3 dias de eleições e a ritmo TGV? Se o projecto estava assim tão legal, tão certinho, tão "tudo normal", porque não pôde o Freeport ter sido aprovado uns dias depois?
Sócrates fez a cama onde se deitou. Se é de espinhos, a ele se deve.
Quem com ferros mata, com ferros morre:
É a comunicação social que os constrói, é a comunicação social que os destrói; é a justiça que os protege, é a justiça que os abandona.
Culpados ou inocentes, não me metem pena - que se aleijem na sua própria merda.
Um abraço por um país de teimosos a bater no fundo por extrema teimosia
Nem mais, Pata Negra. Ao ponto que este país chegou!
Excerto de um mail que acabei de enviar a um familiar que mora bem longe daqui:
“temos o país atolado num manto de corrupção, imoralidade, mesquinhez e incompetência. Sinceramente, estamos ao nível dos piores países africanos e sul americanos. E eu tenho muita vergonha disso… e uma raiva enorme ao pensar que estes tipos andam há 3 anos a fazer a vida negra aos professores, suportados por uma opinião publica débil, mesquinha e invejosa. E que jeito lhes tem dado, enquanto todos dizem mal de nós, não reparam no que verdadeiramente se passa neste país.
Enfim, isto só se limpa com ácido sulfúrico…”
Para quem tinha tanto empenho em tornar públicas as contas bancárias dos portugueses, está na hora de o inginhêro mostrar as dele.
Por muito menos vi demitir o Sempre em Festa...