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Sacos de vírus

Numa das histórias sobre robots, não me lembro exactamente qual delas mas seria uma em que o detective terrestre se desloca a outro planeta para investigar um caso de roboticídio, Asimov meteu uma das suas personagens a dizer que os humanos são uns sacos de vírus. Isto em oposição aos colonos desse planeta, no qual todas as doenças haviam sido extintas.

Esta estranha ideia do nosso corpo como um sendo contentor de viroses tem-me aflorado ao pensamento volta e meia nos últimos tempos, sobretudo por causa do vírus H1N1. É uma ideia extravagante, apesar de encerrar alguma exactidão. Poderíamos pensar que o ideal seria, à semelhança desses colonos, conseguirmos extinguir todas as doenças e de uma vez por todas deixarmos de espirrar e de dizer disparates. Receio no entanto que, apesar de tão contagiosa, não ser viral a forma de transmissão da parvoíce. Pior, deixaria o nosso DNA de receber ocaionais sequências genéticas trazidas pelos vírus e responsáveis, segundo alguns, por saltos evolutivos da nossa espécie.

Uma gripe ocasional parece-me pois um preço justo a pagar por manter em aberto a possibilidade de evolução de ministros que recomendam papas maizena ou que gostam de malhar na oposição ou que, simplesmente, acham que uma manta de retalhos cozidos com burocracias é uma batalha ganha na educação.


2 comments :

  1. Anónimo disse...
     

    A radiação que nos chega de muito lado (do solo, do sol, de estrelas mais distantes, dava conta da situação).

    E claro, o sexo é o maior fonte variação genética.

    José Simões

  2. Fliscorno disse...
     

    LOL

    É bem verdade mas estragava-me a piada :-)

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