a política na vertente de cartaz de campanha

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Sobre os ajustes directos

Pela minha experiência na elaboração de propostas relacionadas com concursos públicos tenho verificado que as demoras em adjudicar um trabalho têm residido nos fracos cadernos de encargos apresentados a concurso, incompletos e incluindo critérios de selecção subjectivos. Estes cadernos de encargos têm sido feitos para permitir que o estado faça o seu jogo de cintura escolhendo a empresa que lhe convém. E é por causa desta realidade que aparecem impugnações. Fossem os critérios de selecção meramente objectivos e nada disto acontecia.

Se os ajustes directos são ou não são uma medida eleitoralista é irrelevante. O que importa é que o resultado dos ajustes directos tem consequências eleitorais por permitem iniciar obras no timming que seja eleitoralmente mais vantajoso (o qual não é necessariamente o mais cedo possível). Por outro lado, juntando o ajuste directo com a lei de financiamento partidário que agora se pretende aprovar e logo se percebe que, sem sair da legalidade, se dê uma obra à empresa X que por acaso acabou de dar um donativo em dinheiro vivo. Isto sim, é preocupante.