a política na vertente de cartaz de campanha

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Solar para todos os primeiros 61 mil

Esta imagem é um anúncio de página inteira na edição do Expresso do dia 30 de Maio de 2009. Não é novidade, pois esta campanha, que não é negra, apesar de obscura como veremos, tem estado em força pelas ruas em muppies e suponho que andará por outros meios de comunicação social também.

Duas coisas me ocorreram. Em primeiro lugar que é novamente dinheiro dos meus impostos gasto para propaganda eleitoral do PS acções de comunicação do governo. A segunda foi que quem ousasse pronunciar o meu primeiro argumento logo ouviria coisas como "é preciso divulgar as boas iniciativas para que estas atinjam o maior público possível".

Foi por isso com espanto que descubro mais uma acção governativa com letras miudinhas. No site criado para o efeito está lá textualmente:

2. Até quando poderei comprar um sistema solar térmico com as condições anunciadas pelo Ministério da Economia e da Inovação?
Poderá comprar um sistema solar térmico com as condições referidas até 31 de Dezembro de 2009, ou até se esgotar o plafond da comparticipação prevista pelo Estado, num total de 100 Milhões de Euros.

No mesmo site também nos é dito que o estado tem uma «comparticipação imediata do Estado no valor fixo de € 1.641,70».

(100 Milhões de Euros) / € 1.641,70 = 61 mil instalações subsidiadas (cerca de)

Tanta merda de propaganda para afinal comparticipar uns míseros 61 mil lares. E mais, quanto custou toda esta campanha obscura espalhada pela comunicação social e espaços publicitários?

Lembre-se disto quando for votar.

Outras mentiras (comparando a propaganda com a letra da lei):
  • Falam de «benefícios fiscais de 30% do custo do investimento em sede de IRS com máximo de €796». Acontece que «são dedutíveis à colecta (...) Este benefício é cumulativo com outros benefícios que o cliente tenha (ex. crédito habitação)». Logo, que estiver a pagar a casa a crédito não terá uma unha de benefício fiscal, pois a prestação da casa esgotará o plafond deste item.

  • É anunciada a «possibilidade de pronto pagamento» mas as únicas linhas escritas quanto à forma de pagamento são sobre a forma de obter crédito bancário. Como estes contratos são feitos com os bancos, estou curioso para ver até que ponto posso efectivamente pagar a pronto (na próxima semana falaremos).


1 comments :

  1. Lura do Grilo disse...
     

    Obrigado pelo seu comentário no meu Blog. Interessante a análise que apresenta: nunca me dediquei a fazer as contas mas de tanta esmola o pobre desconfia.


    É porém a única coisa em energias renováveis que vale a pena e o desconto no IRS, no meu caso, suavizou a "dolorosa" -como dizem os italianos- que nestes 4 anos upa... upa.

    Cumps

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