a política na vertente de cartaz de campanha

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Duas palavras fazem a diferença

Nicolau Santos parece ter queda para o erro quando escreve as suas crónicas semanais no Expresso. Há tempos enganou-se no panorama preparado para vender o TGV. Com efeito, apesar do erro óbvio e inconsequente de haver duas cidades chamadas Barcelona no mapa que ilustrava o artigo, linhas que não eram de TGV foram apresentadas como tal. A ideia de que o TGV seria uma inevitabilidade tornava-se convincente, o que ainda era coadjuvado por todas as restantes linhas terem sido removidas do mapa.

No passado sábado, o pequeno mas eficaz erro voltou a atacar o cronista. Escrevendo sobre os carros eléctricos, Nicolau Santos afirma que o governo apoiará a compra destes com um subsídio de 5000 euros. Faltou-lhe referir que apenas os primeiros cinco mil compradores beneficiarão da generosidade socrática. Duas palavras que fazem a diferença entre um carro absolutamente idiota e outro para o qual se podem fazer contas de custo e benefício*.

Devem ser coisas típicas de quem não se ri quando um primeiro-ministro diz que sabe que o desemprego subiu e que «eu digo é que em 2005/2006 cresceu menos do que anteriormente - é a segunda derivada, mais uma vez».


* Uma nota aos pensadores ecologistas: produzir electricidade também tem impacto ambiental e nada negligenciável, já que a maior parte da nossa produção eléctrica se faz a partir do petróleo.