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O fado dos rankings

Parece que anualmente se volta aos rankings (ou hierarquia, em português!) das escolas. É um tema que volta com o calor no Verão outonal mas já sem aquecer. Repetem-se argumentações, com algumas facções a insistirem no cheque-ensino e na liberdade de escolha da escola e com outros a defender a inevitabilidade da distribuição geográfica dos alunos, sem possibilidade de escolha.

Para mim é claro, os pais deviam ser livres de escolher a escola que queiram para os filhos. Actualmente as coisas passam-se como se se nascesse fadado pelo destino e quem quer mesmo colocar os filhos noutra escola acaba por recorrer a truques como arranjar uma residência fictícia noutro local. Mas, contrariamente ao Miguel, não acho que uma distribuição com base na oferta e procura seja uma solução melhor do que o critério geográfico:
  • Os alunos poderiam escolher a escola mas, por outro lado, também a escola poderia escolher os alunos. Se bem que a primeira consequência puxaria pela qualidade das escolas, já a segunda acabaria por criar escolas para alunos de primeira e escolas para alunos de segunda. 
  • Sendo a lotação das escolas limitada, alguma selecção acabaria por existir. Não basta um critério de oferta/procura, mesmo que baseado nas notas que os alunos apresentem porque, como é sabido, existe uma forte correlação entre o meio socio-económico e o desempenho escolar. Algum equilíbrio será preciso se não quisermos escolas para elites e escolas para os "outros".
Como dar a volta à questão? A distribuição dos alunos com base na residência é muito má pois os alunos que habitem numa zona problemática terão que aguentar com a, possivelmente, problemática escola da sua área de residência. Por outro lado, com o cheque-ensino, as escolas mais interessantes terão maior procura e por isso acabarão por ser inacessíveis a quem não seja "família de bem" (o tal factor socio-económico). Não apresento solução alguma porque não a vislumbro. Possivelmente, será preciso escolher entre dois males menores e então a liberdade de escolha da escola, independentemente do resto, deveria prevalecer.