a política na vertente de cartaz de campanha

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Haiti

Quase há duas semanas, mais precisamente a 12 de Janeiro de 2010, um devastador sismo destruiu a capital do Haiti. Creio que neste momento não haverá português algum que disso não esteja a par. Atrevo-me até a acrescentar que não haverá quem ainda não tenha visto corpos espalhados pelo chão de Port-au-Prince, membros desfeitos com carne viva exposta, rostos cobertos de pó, sangue, miséria e lágrimas. Um cenário dantesco diariamente repetido nas televisões durante longos períodos de directos, estúdio e exclusivos. Sem esquecer as atribulações do C130 da Força Aérea Portuguesa e do mestre de cerimónias Rui Pereira.

É isto jornalismo?

Os barómetros de audiências devem estar devidamente calibrados pela ASAE, pelo que é de supor as televisões estarem a dar aos telespectadores o que eles procuram. Também existe a hipótese não descartável de os 3 canais apresentarem o mesmo ordenamento de "infotainment" e a escolha não ser real. Mas será certamente problema meu. Sou eu quem está fora da onda e por isso há uma solução fácil, que consiste em não consumir a trampa. E é o que tenho feito. Mesmo assim, há que não ficar fora do mundo dos outros, antes fique em pé de igualdade com Sócrates e C.ia, pelo que volta e meia, como ontem fiz, espreito o que se passa às 20 horas. Atestei o depósito das desgraças por um tempo considerável.

No Haiti vivem-se momentos difíceis, bastam algumas imagens para isso ser perceber. Mas a comunicação social brilha como com a Boa Nova.

PS: Ajudar está ao alcance de quem puder.