iPad: os pontos negativos
Passada a euforia da revelação, eis que chega o momento de uma análise dos pontos negativos do iPad.
- Sem USB e sem leitor de cartões, fazer entrar dados* no aparelho fica mais complicado. Pode-se comprar adaptadores que permitirão transformar o conector de 30 pinos em USB, leitor de cartões SD ou carregador da bateria. Mas francamente, longe ficará a expectativa de se ter um computador portátil.
Na imagem: a base para o iPad; os adaptadores para USB e para SD; o adaptador para carregar a bateria.
*fotos, documentos, música, vídeo, etc.
Imagine-se por exemplo um fotografo em trabalho de campo. Levaria a sua bela D-SLR e o iPad. Depois de fotografar, transferiria as fotos para o iPad para as visualizar e, eventualmente publicar. Assim para o fazer terá que comprar mais uma geringonça. - Não tem câmara pelo que não pode ser usado para vídeo-conferência. Nem para colocar uns clips no Youtube.
- Não corre mais do que uma aplicação de cada vez, dado que o sistema operativo não é multitasking (multi-tarefa). Por exemplo, ao escrever-se um texto no "Pages" (o processador de texto incluído) se se quiser copiar um pedaço de texto do browser, ter-se-á que fechar o "Pages", abrir o browser para copiar o texto e voltar ao "Pages" para colar o texto copiado. Pela mesma razão, não se pode ouvir música enquanto se trabalha noutra coisa. De facto, esta particularidade é bem mais limitativa do que o USB/SD. É ridículo que um computador (?) não tenha multi-tarefa nos dias de hoje.
- O browser não suporta flash! Bye bye Youtube e mais uma carrada de sites que usem o flash player.
- Quando o iPad está ligado à base (comprada à parte), ganha-se um porto USB. Um! Compre-se um hub USB se se quiser ligar mais do que um dispositivo ao mesmo tempo. Isto admitindo que a Apple não restringiu o uso de hubs…
Apesar dos aspectos muito positivos (tamanho, ecrã táctil, autonomia, design), o facto é que opções de desenho do aparelho parecem querer torna-lo num iPhone com esteróides (como li algures) e sem concretizar o potencial que se lhe antevia em certos nichos de mercado. Estamos perante um Kindle a cores, ao que parece.
Num próximo texto, abordarei as alternativas ao iPad. Um cheirinho:
- Eee PC T91
- Lenovo U1 Hybrid tablet
- Slate Showdown: iPad vs. HP Slate vs. JooJoo vs. the Android Tablets
- HP’s new tablet
Jorge
Post fantástico. Elucidativo.
O iPad é excelente para consumidores de multimedia: filmes, vídeos. músicas e ebooks ilustrados.
Mas não convence para quem precisa de uma boa máquina para produzir conteudos digitais.
Pois é isso que aborrece. Não substitui o laptop.
Outra coisa que não tem é uma saída HDMI ou RGB que permita ligar o aparelho a um projector ou a um televisor. Imagine-se que se quer fazer uma apresentação. Azar.
Tinha dito lá em baixo, no 1º post que:
Comunicações
...
* Usa o USB para se sincronizar com o computador pessoal
Afinal a coisa nem tem porta usb?
Mais vale comprar um XO. Havia até uma campanha em alguns países que na compra de um desses brinquedos avançados (tem câmara, ligações fáceis lan e net sem fios, portas usb, etc) por qualquer coisa equivalente a 15 ou 160 euros, um outro computadorzinho seria oferecido a uma criança pobre em qualquer parte do mundo subdesenvolvido.
O Jorge, que é uma verdadeira raposa nestas coisas da informática podia tentar saber algumas coisas sobre este assunto, se se pode ou não comprar em portugal o XO, se existe a campanha compre 1 ofereça outro, etc. Que tal como desafio?
Estou disposto mesmo, se o produto tiver interesse e não estiver comercializado, a investir alguns recursos(€€) numa campanha de comercialização desse tipo por cá - qualquer coisa que faça concorrência à mama da JP Sá Couto é tempo e dinheiro bem aplicado.
Um grande f-d-s cheio de sol (e de belezas...) é o que lhe desejo.
O aparelho propriamente dito tem um conector de 30 pinos que serve para o ligar à base. É a base (comprada à parte) que tem o USB que permite a sincronização com o PC. Alternativamente, pode-se comprar (à parte) um adaptador para USB que se ligará ao conector de 30 pinos.
A Apple optou por uma plataforma fechada. Aparentemente, não percebeu o que permitiu o notável sucesso do IBM PC face às outras alternativas.
Os mac-fãs têm argumentado que importa é que o aparelho faça bem aquilo para o que foi desenhado. Certo. Mas começo a interrogar-me se aquilo para que o iPad foi desenho tem largo interesse fora da idolatração mac-fã.
É pena. O conceito e o design é muito bom. Mas certamente por razões de estratégia comercial, a Apple resolveu deixar de fora alguns aspectos importantes. Mesmo para os que não são geeks. Mas já se fala na próxima versão do sistema operativo (com multi-tasking) e até, pasme-se, numa próxima versão do iPad. A Apple está a ficar especializada em rumores!
Quanto ao programa One Laptop per Child, não sei em que ponto está essa campanha compre-dois-ofereça-um.
Já agora, aqui está uma animação gira do laptop (arrastar o "elevador").
E vale a pena a visita ao XO-3 que parece um.... iPad. Ou pelo contrário, é o iPad que parece um XO-3, já que este apareceu primeiro.
Ah! Confusão minha. O XO-3 foi anunciado em Dezembro passado mas só estará disponível em 2012.
Aí está, o programa "Give One Get One" acabou a 31 de Dezembro.