a política na vertente de cartaz de campanha

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4. A sátira aos partidos: PCP

PCP carimbo

Se estivéssemos no Estado Novo seria garantido que a publicação deste texto me traria uma visita da PIDE e o rótulo de comunista - tratamento chapa-7 para quem discordasse do regime. E se o PCP tivesse conseguido impor o modelo comunista em Portugal depois do 25 de Abril, como tentou fazer, será que ainda poderia colocar este texto online ? Atendendo ao discurso tão apoteótico sobre os direitos, liberdades e garantias, sobre a direita tão satânica e sobre os altos valores éticos e morais, poderíamos achar que sim. No entanto, os factos apontam noutro sentido. As vozes discordantes dentro do partido são classificadas de dissidentes e traidoras; quem desalinha das posições do Comité Central é expulso; e o partido não vê problema absolutamente nenhum em, a meio do mandato, mudar os deputados que tinham sido eleitos, escolhendo outros que melhor lhe conviessem. Como se uma eleição não passasse dum formalismo para definir numeros clausus de acesso ao poder.

Quanto aos regimes comunistas ainda em vigor e que entretanto desapareceram, registamos que o PCP se mostra em consonância com eles, apesar das atrocidades humanas que foram cometidas e das ditaduras que representaram e representam. Não, ironicamente, liberdade e PCP não combinam. Resulta a leitura de que a liberdade individual é perfeitamente dispensável face aos interesses do Estado. Mas para os regimes comunistas, Estado e Partido são sinónimos, pelo que, dificilmente este texto viria a luz do dia e o respectivo autor também rapidamente a deixaria de a ver por tempo incerto.

Sobre o modelo económico de eleição do comunismo, mesmo perante a respectiva derrocada e a evidência de que a gestão estatal do que é de todos, sem ser de ninguém, não consegue ser eficaz nem eficiente, o partido insiste nessas mesmas políticas económicas, repetindo até à exaustão, e sem diferenças de nota, um discurso gasto e desadequado da presente realidade. Persiste na ausência de mudança apesar destas políticas não terem receptividade por parte dos portugueses, conclusão a que se pode chegar pela observação dos sucessivos resultados das eleições legislativas.

O Estado é a economia, o Partido é o Estado e o indivíduo apenas existe no contexto do Estado.


3 comments :

  1. Espectadora Atenta disse...
     

    Caro Raposa Velha
    Antes de mais gostaria de felicitar a brilhante ideia que teve em fazer sátira aos partidos! Concordo inteiramente com isso.
    Depois este seu post e o do CDS estão muito interessantes... A Imagem gráfica que escolheu para o PCP e para o CDS são fantásticas! A do CDS até me fez lembrar "fecundação" e um discurso antigo na AR de Freitas do Amaral em que dizia que sexo só para procriar:))))) Bom fim de semana caro amigo Raposa Velha e continue o seu excelente blogue! Parabéns

  2. Watchdog disse...
     

    A imagem diz tudo...

  3. Fliscorno disse...
     

    Obrigado Espectadora Atenta. Por acaso tinha em mente essa do CDS e do sexo só para procriar quando pensei na forma de me meter com os do CDS :D








    Watchdog, uma imagem pode de facto dizer muito. Mas neste caso o que há a dizer resume-se a apenas a algumas palavras :)

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