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Um dia com os mesmos carros


Munique, local de estacionamento de bicicletas junto a uma estação de metro
 
Ainda são poucos - apenas um por cento - mas os portugueses estão a andar mais de bicicleta, escreve o Público. Portanto, são poucos mais - um título algo estranho. Quanto à futura pista ciclável em Lisboa entre Belém e o Cais do Sodré, estamos perante um faz de conta. Esta zona já é ciclável em toda a extensão, mesmo que não tenha uns riscos pintados no chão - e parece-me que será essa a grande obra a nascer, uns riscos no chão a delimitar o espaço onde já hoje se circula. Veremos se esta pista não será algo apenas para entretenimento e para a fotografia eleitoral, sem resolver a questão de fundo que consiste na inexistência duma rede de ciclovias como as que existem em muitas outras cidades europeias. Sobre as iniciativas de dispor dumas dezenas ou até uma ou duas centenas de bicicletas para utilização gratuita, há que reconhecer o óbvio: apenas satisfará algum turismo e certamente que haveria onde melhor gastar o dinheiro público.
 
Entre nós e no actual contexto, só quem não tiver amor à vida ousará usar a bicicleta como meio de transporte, seja na cidade ou no campo. A inexistência de bermas e de pistas para bicicletas obriga à partilha da estrada com os automobilistas e a sua condução agressiva. E no entanto existem realidades diferentes! Em muitas cidades, a rede de transportes públicos interligada é suficientemente atractiva para desencorajar o uso do carro. Dessa forma, a bicicleta com as suas estradas para  bicicletas, é o natural meio de transporte para curtas distâncias.
 
E nas nossas cidades, o que se pode fazer? Fisicamente, já não existe espaço para construir pistas para bicicletas. As vias públicas estão divididas entre a zona de circulação automóvel e os estacionamentos, sobrando por vezes apenas um espacinho para circulação pedonal. Todas as cidades têm zonas planas e de pouca inclinação, potenciais locais cicláveis. Acontece que a quase totalidade das ruas estão abertas ao tráfego automóvel, salvo as excepções das chamadas "baixas" vocacionadas ao turismo e comércio tradicional. Mas consideremos esta hipótese: e se apenas algumas ruas das cidades estivessem abertas ao tráfego automóvel? Certamente que seria possível planear eixos de passagem e eixos secundários, sobrando os eixos locais. Os primeiros e segundos seriam abertos ao automóvel no geral e os eixos locais seriam abertos apenas a moradores, cargas e descargas, peões, bicicletas e transportes públicos. Passariam a existir ruas com poucos carros onde seria seguro circular de bicicleta. Este meio de transporte poderia então ser efectivamente usado como complemento ao transporte principal, fosse ele o privado ou público.
 
Textos anteriores sobre esta temática:

Posted by email from fliscorno's posterous



1 comments :

  1. Diogo disse...
     

    Jon Stewart - a fraca memória do Procurador-Geral Alberto Gonzales

    Jon Stewart, do Daily Show, relembra-nos, com humor, os extraordinários argumentos do agora ex-Procurador-Geral dos Estados Unidos, que depôs perante o Comité Judicial do Senado em Agosto de 2007. Entre várias controvérsias e alegações de perjúrio, Alberto Gonzales anunciou depois a sua resignação do cargo em Setembro de 2007. Mas recordemos o seu depoimento no Senado:

    Jon Stewart: Na opinião de alguns, o Procurador pecou por alguma falta de franqueza.

    Gonzalez: Não me recordo exactamente; não me recordo do conteúdo... ; não tenho qualquer ideia disso; não me recordo de todo; dou voltas à memória... ; senador, não me recordo; Só posso falar do que me recordo; não me recordo de me lembrar... ; havia uma reunião marcada para as 9 horas de 27 de Novembro na minha agenda, mas não me recordo dessa reunião...

    Bush: O Procurador-geral apresentou-se perante o Comité e prestou um depoimento muito cândido. Respondendo de forma honesta a todas as perguntas que podia responder e aumentando a confiança que deposito nele para este cargo.

    Vídeo (legendado em português) - 4:53m

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