Magalhães e o merchandising eleitoral
Programa de distribuição do computador Magalhães suspenso
Um ano depois do Governo entregar nas escolas os primeiros Magalhães a TSF apurou que o programa está suspenso. Fonte do plano tecnológico da Educação adiantou mesmo não dispor de qualquer informação sobre a continuidade do projecto.
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O Ministério da Educação limitou-se a remeter-nos para um comunicado divulgado em Junho e no qual se afirma que, até este momento, já tinham sido entregues cerca de 370 mil computadores Magalhães.
Recordo que aqui se tem defendido que o investimento nos Magalhães, no sentido de o computador ser propriedade dos alunos, não faz sentido. Com o mesmo dinheiro tinham-se comprado computadores de mesa para as escolas, com maior capacidade de cálculo (logo, que não se desactualizariam tão depressa) e que serviriam de um ano para o seguinte, não obrigando a repetir o mesmo investimento todos os anos. Mas isso não aliciava os pais de forma igual, pois não? Como em Maio escrevi, o Magalhães não é uma aposta na informática; é merchandising eleitoral.
Adenda: Lá está, Valter de Lemos acabou de me dar razão:
"A entrega do computador Magalhães implica uma despesa elevada e naturalmente que o Governo entende que deve ser o próximo executivo a tomar essa decisão, sendo que está tudo preparado para que ela possa ser tomada tão rapidamente quanto o novo governo desejar", justificou Valter Lemos, confirmando que as entregas estão em atraso para os alunos que entraram este ano para o ensino básico.
Adenda: A ministra da educação contradiz o seu secretário de estado:
A governante considerou que o próximo executivo terá “todas as condições para dar continuidade ao programa”. “É isso que nós esperamos”, expressou, sublinhando que os novos alunos são “uma minoria em relação aos que já têm o Magalhães” e dispõem de outros computadores nos estabelecimentos de ensino.
Lá está! Também defendo computadores de mesa com mais capacidade e consequente aproveitamento nos anos seguintes; máquinas que se podem ir actualizando à medida das necessidades dos programas e dos alunos.
E por último, mas não menos importante, evitar que muitos 'Magalhães' acabem à venda numa qualquer Feira da Ladra' ou similar, como tem infelizmente acontecido.
Abraço
I.