Soluções mágicas
Cada época tem tido a sua crença sobre como resolver os males do mundo. Estas soluções mágicas já foram a religião, a ciência, a indústria, a Internet, a globalização, o conhecimento e, agora entre nós, a tecnologia. Se é certo que cada uma destas áreas trouxe aspectos positivos à vivência humana, nenhuma delas por si só cumpriu essa missão que por vezes lhes foi imputada, a de ser resposta para todas as dificuldades. Não existem soluções mágicas. Melhorar implica esforço, planeamento e trabalho. Mas as soluções simplistas têm o condão de serem explicadas facilmente, o que lhes confere um enorme potencial propagandista. Não requerem, também, grande esforço de compreensão, bastando-lhes fé - disposição para acreditar que uma gota faz o oceano. Um outro aspecto das soluções milagrosas consiste em focar apenas os aspectos positivos, o que se compreende, já que as massas não se convencem pelo apelo à ponderação. É neste contexto que chegamos à cega aceitação de algumas medidas governativas. Propõem-nos chips para aumentar a nossa segurança, quadros electrónicos para ensinar os miúdos a ler e portáteis para aumentar o sucesso escolar. Ninguém questiona se não estamos apenas perante soluções mágicas?
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