a política na vertente de cartaz de campanha

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A Ribeira dos Milagres e os porcos

No Público:
Ribeira dos Milagres alvo de nova descarga de efluentes suinícolas


Pesquisa no Público
Usei o motor de busca do Público para ver quantas notícias tinham sido publicadas neste jornal sobre as descargas ilegais na Ribeira dos Milagres. A tabela seguinte mostra as datas em que essas notícias foram publicadas (logo a descargas terão ocorrido até um dia antes).

Data em que, no Público,
foi publicada a ocorrência
N.º de ocorrências acumuladas
que foram notícia no Público
27-11-20031
06-12-20032
05-04-20043
21-04-20044
06-05-20045
30-06-20046
01-07-20047
27-11-20048
27-01-20059
23-02-200510
24-02-200511
02-03-200512
02-04-200513
11-05-200514
24-06-200515
24-06-200516
28-03-200617
07-04-200618
18-04-200619
04-05-200620
16-06-200621
18-01-200722
02-03-200723
21-03-200724
11-04-200725
15-05-200726
17-06-200727
21-11-200728
06-12-200729
28-12-200730

Isto é, entre 27-11-2003 e 28-12-2007 a pesquisa do Público devolveu 30 resultados de notícias sobre descargas ilegais na Ribeira dos Milagres.


Visto em forma de gráfico:

ribeira dos milagres

Pela "trend line" torna-se notório que em 2005 existiu um ligeiro abrandamento no ritmo das descragas ilegais. Mas logo compensado em 2006.


Reacções das diversas entidades
População de Leiria vai fiscalizar cursos de água para prevenir descargas suinícolas
04.12.2003

Associação de Suinicultores nega aumento de descargas na ribeira dos Milagres
14.04.2004

Populares entregam queixa-crime por atentados ambientais na ribeira dos Milagres
26.04.2004

Leiria: Protecção Civil teme acidente ambiental em estação tratamento esgotos
05.05.2004

Associação de Suinicultores de Leiria pede punição para autor da descarga (actualização)06.05.2004

Leiria: descarga de efluentes suinícolas contamina ribeira recentemente limpa
30.06.2004

Leiria: populares despejam baldes com efluentes suinícolas em frente à Câmara
14.06.2005

Governador civil de Leiria [José Miguel Medeiros] reafirma confiança no processo de despoluição do rio Lis
15.06.2005

Solução para suiniculturas de Leiria passa por Milagres [criação de ETAR que deverá entrar em funcionamento no segundo semestre de 2008! ]
04.01.2006

Leiria: defensores da ribeira dos Milagres apelam ao Parlamento Europeu
22.03.2006

Ministro do Ambiente [Francisco Nunes Correia]: descarga na ribeira dos Milagres "é lamentável"
18.01.2007


Comentário
Sendo em número finito estas suiniculturas, ter-se-á que concluir que
- a polícia e o sistema judicial são completamente incompetentes por não conseguirem fazer aplicar a lei: que rolem as respectivas cabeças;
- ou não há interesse em que a lei seja cumprida: novamente, que rolem as respectivas cabeças.

Doutra forma, amanhã, em reacção a este assunto, apenas veremos (admitindo que pelo menos alguma reação haverá!) o Governador civil de Leiria, José Miguel Medeiros, reafirmar a confiança no processo de despoluição do rio Lis ou o Ministro do Ambiente, Francisco Nunes Correi, considerar esta descarga na ribeira dos Milagres como sendo "lamentável".

Isto depois de não sei quanto dinheiro estoirado a despoluir para nada.

Já que tanto se quer ser "Europeu" em coisas como a flexigurança e impostos, pois aqui está uma boa oportunidade que têm os responsáveis nestas áreas de mostrarem o seu europeísmo: que resolvam o problema ou, se incapazes, se demitam. Nada disto se concretizando, que sejam demitidos e que se peça consultoria à ASAE sobre como ser escrupulosamente minucioso no cumprimento da legislação.


Todos os títulos no Público

2003

Suinicultores limpam ribeira dos Milagres poluída por descargas ilegais
22.07.2003 - 15h56 - Última Hora / Local

Nova descarga de efluentes de suinicultura na ribeira dos Milagres
25.07.2003 - 17h51 - Última Hora / Local

Nova descarga na ribeira dos Milagres
27.11.2003 - 15h47 - Última Hora / Local

População de Leiria vai fiscalizar cursos de água para prevenir descargas suinícolas
04.12.2003 - 17h48 - Última Hora / Local

Ribeira dos Milagres novamente palco de descarga de dejectos
06.12.2003 - 08h26 - Última Hora / Local

2004

Nova descarga de dejectos de suínos na ribeira dos Milagres
05.04.2004 - 17h29 - Última Hora / Local

Associação de Suinicultores nega aumento de descargas na ribeira dos Milagres
14.04.2004 - 10h29 - Última Hora / Local

Defensores da Ribeira dos Milagres vão manifestar-se durante o Euro 2004
19.04.2004 - 12h02 - Última Hora / Local

Nova descarga de efluentes suinícolas na ribeira dos Milagres
21.04.2004 - 19h30 - Última Hora / Local

Populares entregam queixa-crime por atentados ambientais na ribeira dos Milagres
26.04.2004 - 15h02 - Última Hora / Local

Leiria: Protecção Civil teme acidente ambiental em estação tratamento esgotos
05.05.2004 - 21h05 - Última Hora / Local

Populares denunciam nova descarga na ribeira dos Milagres
06.05.2004 - 09h09 - Sociedade / Ambiente

Descargas: população de Leiria quer manifestar-se durante Euro 2004 (actualização)06.05.2004 - 10h34 - Última Hora / Local

Associação de Suinicultores de Leiria pede punição para autor da descarga (actualização)06.05.2004 - 15h52 - Sociedade / Ambiente

Governo Civil de Leiria agenda reunião de urgência depois de descargas suinícolas
06.05.2004 - 21h36 - Última Hora / Local

GNR de Leiria identifica poluidores da ribeira dos Milagres
07.05.2004 - 08h27 - Última Hora / Local

Leiria: descarga de efluentes suinícolas contamina ribeira recentemente limpa
30.06.2004 - 15h22 - Última Hora / Local

Leiria: nova descarga contamina ribeira dos Milagres
01.07.2004 - 17h43 - Última Hora / Local

Nova descarga de efluentes suinícolas na Ribeira dos Milagres
27.11.2004 - 16h11 - Última Hora / Local

2005

Leiria: nova descarga poluente na ribeira dos Milagres
27.01.2005 - 12h38 - Última Hora / Local

Nova descarga de efluentes suinícolas na ribeira dos Milagres
23.02.2005 - 23h42 - Última Hora / Local

Descarga suinícola na ribeira dos Milagres não põe em causa despoluição
24.02.2005 - 17h13 - Última Hora / Local

Detectada mais uma descarga de dejectos na ribeira dos Milagres
02.03.2005 - 10h38 - Última Hora / Local

Populares alertam para descarga de efluentes em Leiria
02.04.2005 - 20h44 - Última Hora / Local

Centenas de peixes mortos detectados no rio Lis
11.05.2005 - 15h54 - Última Hora / Local

Leiria: populares despejam baldes com efluentes suinícolas em frente à Câmara
14.06.2005 - 15h54 - Última Hora / Local

População de Leiria protesta contra poluição das suiniculturas
15.06.2005 - 12h57 - Última Hora / Loca

Governador civil de Leiria [José Miguel Medeiros] reafirma confiança no processo de despoluição do rio Lis
15.06.2005 - 16h09 - Última Hora / Local

Governo Civil de Leiria quer consenso sobre despoluição da ribeira dos Milagres
20.06.2005 - 18h24 - Sociedade / Ambiente

Nova descarga de efluentes contamina ribeira dos Milagres
24.06.2005 - 10h11 - Última Hora / Local

Leiria: Recilis quer saber destino dos efluentes suinícolas das explorações
24.06.2005 - 14h24 - Última Hora / Local

Ribeira dos Milagres: populares protestam contra aumento da poluição suinícola
03.07.2005 - 12h12 - Sociedade / Ambiente

2006

Solução para suiniculturas de Leiria passa por Milagres
04.01.2006 - 09h00 - Última Hora / Loca
A freguesia de Milagres, no concelho de Leiria, deverá ter em funcionamento uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) no segundo semestre de 2008. Uma obra que permitirá tratar os resíduos produzidos por cerca de 350 suiniculturas dos concelhos de Leiria, Batalha e Porto de Mós. O consórcio vencedor será anunciado hoje de tarde no Governo Civil de Leiria

Leiria: defensores da ribeira dos Milagres apelam ao Parlamento Europeu
22.03.2006 - 11h39 - Última Hora / Local

Ribeira dos Milagres recebeu nova descarga de efluentes durante a madrugada
28.03.2006 - 09h47 - Última Hora / Local

Detectada nova descarga poluente na ribeira dos Milagres
07.04.2006 - 12h45 - Última Hora / Local

Defensores da Ribeira Milagres protestam contra poluição com cartazes
15.04.2006 - 19h04 - Última Hora / Local

Comissão [de Ambiente e Defesa da Ribeira dos Milagres (CADRM)] denuncia nova descarga poluente na Ribeira dos Milagres
18.04.2006 - 09h32 - Última Hora / Local

Detectada nova descarga poluente na Ribeira dos Milagres
04.05.2006 - 09h14 - Sociedade / Ambiente

Leiria: nova descarga de efluentes detectada na ribeira dos Milagres
16.06.2006 - 23h57 - Última Hora / Local

2007

Denunciada nova descarga poluente na ribeira dos Milagres
18.01.2007 - 08h03 - Última Hora / Local

Ministro do Ambiente [Francisco Nunes Correia]: descarga na ribeira dos Milagres "é lamentável"
18.01.2007 - 16h53 - Última Hora / Local

Denúncia de nova descarga na Ribeira dos Milagres
02.03.2007 - 17h47 - Última Hora / Local

Comissão denuncia nova descarga na ribeira dos Milagres esta manhã
21.03.2007 - 09h41 - Última Hora / Local

Habitantes denunciam nova descarga poluente na Ribeira dos Milagres
11.04.2007 - 09h56 - Última Hora / Local

Leiria: Comissão ambiental denuncia nova descarga na Ribeira dos Milagres
15.05.2007 - 17h33 - Última Hora / Local

Autoridades investigam nova descarga suinícola na ribeira dos Milagres
17.06.2007 - 16h51 - Última Hora / Local

Leiria: nova descarga de efluentes na ribeira dos Milagres
21.11.2007 - 14h26 - Sociedade / Ambiente

Ribeira dos Milagres alvo de nova descarga de efluentes suinícolas
«[...] A última denúncia de descarga poluente na Ribeira dos Milagres aconteceu a 6 de Dezembro.»

Ribeira dos Milagres alvo de nova descarga de efluentes suinícolas
28.12.2007 - 14h12 - Última Hora / Local


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Blog & Roll

No A Origem das Espécies uma sequência de três textos em jeito de resenha do que foi 2007. Leitura obrigatória.

2007. Um ano como os outros. Parte 1.
2007. Um ano como os outros. Parte 2.
2007. Um ano como os outros. Parte 3.

Apenas um ou outro destaque:
«Fumar - Na Califórnia, a cidade de Belmont vai proibir que se possa fumar no interior das casas. Reparem bem: no interior das casas. Lá dentro. Direitos cívicos, onde andais?

José Eduardo Agualusa – Agualusa ganhou a edição deste ano do Prémio de Ficção Estrangeira do The Independent, com O Vendedor de Passados. Na entrega do prémio, até os seus inimigos angolanos estiveram presentes; do pessoal diplomático português, ninguém, apesar de terem sido convidados – e de Agualusa viver em Lisboa. Dá pena. Mas o seu romance As Mulheres do Meu Pai é um dos acontecimentos do ano – e o seu melhor romance. O mais romance de todos os seus romances.

Ortografia –
«Valeu tudo: tratar um sujeito como predicado, usar um “ç” em vez de dois “s”, inventar palavras. O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação deu ordens para que nas primeiras partes das provas de aferição de Língua Portuguesa do 4.º e 6.º anos, os erros de construção gráfica, grafia ou de uso de convenções gráficas não fossem considerados. E valeu tudo menos saber escrever em português. Isso não deu pontos.» Esta é uma notícia do DN e está lá o essencial. Mas o ministério da Educação esclareceu. Segundo o director do Gabinete de Avaliação Educacional, «não faz sentido penalizar a incorrecção ortográfica na primeira parte, quando o que se pretende perceber é se o aluno compreendeu ou não o texto. Se uma dessas perguntas tiver zero porque tem um erro não conseguimos avaliar se o aluno percebeu o texto». Perceberam? Não entendo como os alunos podem mostrar «que compreenderam» um texto, explicando-o através de uma amostra de erros ortográficos. Sempre pensei que escrever mal era pensar mal, interpretar mal, explicar mal. Portanto, abreviando e simplificando, um aluno pode dar erros ortográficos desde que tenha percebido o essencial do texto que comenta. Numa fase posterior, pede-se-lhe: «Então, criancinha, agora escreve aí um texto sem erros ortográficos.» E ela escreve, escreve


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BENAZIR BHUTTO ASSASINATION FIRST IMAGES BY CNN



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O 1984 da saúde

Ministro da Saúde garante que fecho de urgências em Anadia e Alijo é "para o bem das populações"


Além disso, o Ministério da Verdade falsifica as notícias; o Ministério da Paz, fomenta a guerra; o Ministério da Fartura assegura a fome; e o Ministério do Amor estimula o ódio.


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Bom Natal e até daqui a uns dias

Calvin Hobbes Christmas


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Os recibos verde e o faz de conta que se faz prestação de serviços

Comer, mas sem engolir; gozar, mas dissimuladamente; ter, mas ocultando.

Estas são as metáforas que os falsos recibos verdes me sugerem. Ter o trabalho feito sem as "chatices" dum contrato de trabalho; dispor de um trabalhador mas sem pagar à Segurança Social; enfim, manter o negócio com lucro mas dispensando muitos dos encargos a que legislação laboral obriga.

«Zé de Portugal», no seu blog «Um jardim no deserto», relata uma situação pessoal e apela «a todos os pais, tios, avós, irmãos, primos e restantes familiares e amigos dos trabalhadores precários que retirem, imprimam, assinem e dêem a assinar a petição que está aqui, seguindo as instruções que estão aqui, e de seguida a enviem para a morada indicada (tudo no blogue FERVE, cujo endereço deixo aqui para o caso dos linques não funcionarem: http://fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com»

Admito que não acredito na eficácia das petições, basta ver o tempo de Parlamento que estas têm tido. Permite, no entanto, criar algum burburinho na comunicação social e levar ainda, uma vez ou outra, a alguma reflexão. Sobre a questão dos recibos verdes vs. a falsa prestação de serviços penso que se justificará incentivar outros bloggers a publicitar esta petição, pelo que vos deixo este desafio.

Pópulo

2+2=5
Suspeitas
O meu sótão de ideias
O meu mundo
Beata da Labour
O Condomínio Privado
O Jumento
Macroscópio
The Watchdog
Forreta
Range-o-dente
Pontos Soltos
Rei dos Leittões
Zé Povinho

Já agora, para acrescentar sumo à substância, vale a pena ler estes três textos:

PRECARIDADE LABORAL IMPERA EM ESCOLA DA CGTP
«Em Famalicão existe uma escola de formação profissional gerida pela CGTP com 83% de trabalhadores precários! Dez dos 12 professores do pólo Bento Jesus Caraça estão a recibo verde. O Recibo Verde é um instrumento contra o qual a CGTP luta (ou diz que luta!) e o PCP tanto contesta!»

clubedejornalistas.pt » Prémios Gazeta » Prémios Gazeta 2006 » Cerimónia de entrega 2006 » João Pacheco
Como trabalhador precário que sou, deu-me um gozo especial receber o prémio Gazeta Revelação 2006, do Clube dos Jornalistas.
A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre.

Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo.
A todos os jornalistas precários.

Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter qualquer contrato.
Não tenho rendimento fixo, nem direito a férias, nem protecção na doença nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos.
Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave. Mas como é generalizada - no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais - o que está em causa é a democracia.
E no caso específico do jornalismo, está em risco a liberdade de imprensa.

COMO FUNCIONAM OS "RECIBOS VERDES"
«Se trabalha sempre para a mesma empresa, obedece a ordens de chefia, tem horário e local de trabalho e utiliza os meios da empresa no desempenho da profissão, então você não é um recibo verde, a empresa não está a cumprir com a lei pois teria que o passar aos quadros laborais da empresa, o recurso ao ministério do trabalho ou tribunais são hipóteses a ponderar, mas certamente que a empresa para quem trabalha deixará de solicitar os seus serviços, muitos ficam de mãos atadas perante esta situação. Mas se tem conhecimento de casos idênticos a estes, faça a sua denúncia. Quem ganha com isto são as empresas que fogem a encargos para com os trabalhadores e despesas fiscais.»




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A ASAE, a petição e os azeites desta instituição

Esclarece a ASAE que «têm proliferado nos meios de comunicação social diversos artigos de opinião que visam denegrir e até ridicularizar» a sua actividade. Seguindo a velha máxima de que à dúzia é mais barato, eis que esta instituição se sentiu na necessidade de, em doze exemplos, desfazer esta tal campanha. Até porque (sobretudo?) surgiu «uma petição anónima».

Afinal são mitos, tudo é falso. Ou não será bem assim? É o que vamos ver ponto a ponto.

  1. As bolas de Berlim podem ser vendidas nas praias desde que «esteja garantida a sua não contaminação ou deterioração». E como nós bem sabemos que àquele creme tingido de amarelo-ovo basta um ar de mar para o finar, o melhor mesmo será que as ditas bolas venham da pastelaria embaladas em recipiente isotérmico e com mecanismo de produção de frio. Uma vez que quando se está na praia o sol abunda e até para ajudar ao cumprimento do protocolo de Quioto, em vez de usar pilhas até pode este contentor ser alimentado a painéis solares.

  2. Também o uso de colheres de pau não é proibido na restauração. Mas «os inspectores da ASAE aconselham os operadores a optarem pela utilização de utensílios de plástico ou silicone». Certo... Pode, mas não deve. Mas pode. Mas não deve. Isto soa-me familiar...

  3. Quanto aos copos de plástico para café ou outras medidas, «não existe qualquer diploma legal, nacional ou comunitário, que imponha restrições nesta questão». Gostava então de saber de onde emanou tamanha idiotice.

  4. Já sobre as castanhas assadas, elucida-nos este comunicado que «na embalagem ou acondicionamento de produtos alimentares só pode ser usado papel ou outro material que ainda não tenha sido utilizado e que não contenha desenhos, pinturas ou dizeres impressos ou escritos na parte interior». Não existe, portanto, problema algum desde que as castanhas sejam vendidas em jornais sem conteúdo impresso, o que logo à partida qualifica considerável parte da nossa imprensa. Folhas de lista telefónica que tenham sido propositadamente deixadas em branco também podem ser usadas, apesar de a elas habitualmente nos referirmos pela designação "resma de papel A4".

  5. «Não sendo requisito legal, é uma boa prática a utilização de facas de cor diferente, pois esse procedimento auxilia a prevenção da ocorrência de contaminações cruzadas. Mas se o operador cumprir um correcto programa de higienização dos equipamentos e utensílios, entre as diferentes operações, as facas ou outros utensílios poderão ser todos da mesma cor.» Ou seja, pode-se usar uma única faca desde que seja esterilizada entre cada utilização. E acho muito bem. Era o que me faltava que a minha sobremesa de queijo com marmelada trouxesse restos de queijo na marmelada ou restos de marmelada no queijo.

  6. Azeite no galheteiro é mesmo proibido. «O azeite posto à disposição do consumidor final, como tempero, nos estabelecimentos de restauração, deve ser embalado em embalagens munidas com sistema de abertura que perca a sua integridade após a sua utilização e que não sejam passíveis de reutilização, ou que disponham de um sistema de protecção que não permita a sua reutilização após o esgotamento do conteúdo original referenciado no rótulo.» A mim parecia-me natural que a preocupação incidisse na qualidade do produto, em vez de na embalagem. Mas tenho que dar a mão à palmatória. Já viram o disparate que seria os inspectores da ASAE terem que andar de restaurante em restaurante a provar o azeite com pedacinhos de pão? Como é que eles iam conseguir manter a linha? E se enjoassem o azeite e preferissem antes um naco de presunto e um copito de vinho? A não ser claro, que se analisasse em laboratório amostras desse azeite, como forma de garantir a qualidade do produto servido.

  7. O brinde no bolo rei é piroso, pouco me importando que seja ou não proibida a sua inclusão. Não sendo o caso do bolo rei, no geral considero até que a venda de comida com brindes é mau princípio. Comida é comida, brincadeira é brincadeira. Misturando ambas, sobra por outro lado espaço para psicólogos virem falar de desordem alimentar. Ou seja gera emprego, o que dá jeito, face à dificuldade em se chegar aos tais 150,000 novos postos de trabalho até 2009.

  8. Parece que o pão velho para as açordas se junta ao grupo dos copos de plástico no que se refere ao disparate. Estaremos perante um caso de imaginação demasiado fértil ou não havendo legislação faziam os fiscais da ASAE jurisprudência?

  9. Quanto a ir buscar uma couve à horta para fazer um caldo verde para servir no restaurante, é possível que seja mesmo proibido. O fornecimento directo pelo produtor só não se aplica a «pequenas quantidades de produtos de produção primária» mas acontece que o legislador "esqueceu-se" de definir o conceito de "pequeno". Na dúvida, o melhor mesmo é proibir tudo...

  10. As refeições servidas num restaurante não poderão «ser provenientes do domicílio do proprietário do restaurante ou de um estabelecimento que careça de autorização para a actividade que desenvolve». Tal como no caso dos azeites, não importa se têm qualidade ou não. Precisa, isso sim, da licençazinha, a qual, depois de pagas as devidas taxas, confere automaticamente qualidade aos produtos. Ainda bem, porque a ASAE tem mostrado mais vocação em verificar a aplicação de regulamentações do que em analisar o bom estado dos produtos disponibilizados ao consumidor.

  11. O mesmo princípio da licença parece aplicar-se à «venda particular de bolos, rissóis e outros alimentos confeccionados em casa». Começo a depreender que a Segurança Alimentar e Económica da ASAE é mais sobre a exequibilidade de cobrar os impostos nas actividades alimentares. Não tem licença (leias: não pagou a licença), não pode vender.

  12. Quanto ao «licenciamento da actividade artesanal», bom... é mesmo uma questão de licenciamento. Ah, sim e de cumprimento de normas de segurança alimentar. E de recomendações como a de usar facas com cores distintas. Lógico, sem dúvida.

Ora, o que concluímos depois de ler esta dúzia de parágrafos do comunicado da ASAE? Que apenas duas situações (os copos nas esplanadas e o uso de pão velho para fazer açorda) são de facto erradamente apontadas como os tais "excessos da ASAE". Já quanto às outras dez, ou são de facto proibições ou fortes recomendações, daquelas em que entra o fiscal a dizer ao proprietário "olhe que era melhor passar a ter na sua cozinha uma faca de cada cor"... Um comunicado, portanto, para desmentir duas questões.

Regras são necessárias, disso ninguém duvidará. Mas claras, simples e de fácil aplicação e fiscalização. Além disso, como consumidor, preocupo-me bem mais em saber se os ovos da minha omeleta têm salmonelas do que se vieram da capoeira do dono do restaurante ou duma unidade industrial devidamente credenciada. E isto faz-se recolhendo amostras para análise da comida servida.

Duvido imenso que quem critica a ASAE, não será pelo menos o meu caso, tolere a existência de baratas na cozinha do restaurante que frequente. Mas nas operações em que as televisões foram convidadas a fazer directos temos visto estabelecimentos serem fechados por razões desta índole?

Atendendo ao mau aspecto com que geralmente encontramos as instalações sanitárias, o sabor e cheiro a velho dos óleos usados para fritar e o chão com frequência sujo, só para citar alguns exemplos, temos que concluir que a ASAE devia ter inclusivamente uma acção mais contundente. No entanto, "restaurante fechado porque o autoclismo não funcionava" não faz grande parangona, pois não?


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Segovia plays Bach Preludio Suite I BWV 1007



Porque terça-feira é um dia tão bom como qualquer outro, aqui fica a majestosa interpretação da Suite n.º 1 para violoncelo de Bach, pelo mestre Andrés Segovia.

E o tema como Bach o concebeu, interpretado pelo não menos famoso Mstislav Rostropovich, considerado como o maior intérprete de violoncelo do século XX:
http://youtube.com/watch?v=LU_QR_FTt3E

No próximo vídeo o mestra da guitarra interpreta o tema Asturias.



E neste, ouvimos o tema Recuerdos de la Alhambra, acompanhado por imagens, precisamente, de Allambra.



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Vocações

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gracinhas anteriores


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Em que percentagem começa a ser crime uma vantagem obtida ilegalmente?

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1314089
Todos os arguidos foram absolvidos
Tribunal considerou não provadas a maioria das acusações no caso UGT
[...]
João Felgar [o juiz presidente] recordou que este processo dura há 18 anos e tem cerca de 200 volumes e 900 factos.
[...]
O juiz disse que nas quatro situações irregulares provadas só foi possível quantificar em duas os benefícios, que foram de 4.680 contos num caso e de 6.618 contos no outro.
[...]
A vantagem obtida foi num caso inferior a 0,8 por cento do saldo global da acção de formação e no outro de 0,7 por cento, observou o juiz presidente.
[...]
Relativamente aos prazos de prescrição, pelo actual código penal seriam de 18 anos, o que manteria as irregularidades de 1989, cujas contas foram apresentadas em 30 de Abril de 1990, fazendo prescrever apenas as de 1988.

No entanto, sendo mais favorável, aplica-se o código penal vigente da época, o que implica que o processo prescreve ao fim de 17 anos, por não ter havido recurso do despacho de pronúncia.



18 anos? Vantagem obtida de 0.8%? Prazos prescritos? Responsabilizações? Percebo porque certos dirigentes africanos se sentiram em casa na Cimeira de Lisboa.




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A ASAE na blogoesfera

Andam em alguns blogs interessantes discussões sobre a divina ASAE. Deixo aqui uns poucos de links e transcrevo algumas notas que fui deixando.

No Sorumbático, dois textos de António Barreto:
  • Eles estão doidos
  • Eles estão doidos! (II) - Comentário aos comentários

    nota 1:
    [...] vivi em Munique alguns anos e a situação dos mercados de rua que descreve é exactamente a mesma. E nos restaurantes tem muito mais valor um produto realmente artesanal do que o equivalente industrial.

    Finalmente, acho significativo que para a zelosa ASAE seja mais importante a embalagem do que o conteúdo. Posso comprar um pão cozido em qualquer supermercado contendo 15 de ingredientes (11 a mais do que o necessário, sendo 7 deles aditivos) e tudo estará bem desde que a respectiva embalagem esteja conforme as normas.

    Escrevi umas coisas sobre isto há uns tempos (Geração aditivada).


    nota 2:
    A liberdade de escolha e o discernimento evitam a necessidade paternalista de proibir o óbvio. Neste sentido, não preciso que seja interdita a venda dum queijo coberto de moscas porque simplesmente não o comprarei.

    Mas, continuando ainda este exemplo, sendo obrigatória a embalagem industrial, automaticamente deixo de poder comprar um produto artesanal à pessoa em quem confio há longos anos.

    Alternativamente, passo a dispor de produtos repletos de conservantes, anti-oxidantes, aromatizantes, corantes, açúcar, hidrogenados e toda mais uma panóplia de aditivos acrescentados para prolongar desnecessariamente a validade do produto e para disfarçar o facto de não ser fresco.

    Tudo dentro dos limites legais, obviamente, não sobrando portanto palco para a exibição da ASAE. Mas, como consumidor, ganhei ou perdi? Antes podia escolher entre um produto natural e o equivalente industrial. Agora não. Para mim, a resposta é óbvia.

    Um outro aspecto. Ao ler os comentários anteriores noto que em alguns casos situações anormais são usadas para justificar a normalização por baixo. Nós não temos uma temperatura de 40ºC durante todo o ano e haverá regiões em que esta nem chega a ser atingida. Acresce que também existe o conceito de sazonalidade.

    Noto também que é sugerido que quem vê exagero na actuação da ASAE está a defender a inexistência de regras. Para mim, estas são necessárias mas as actuais estão desadequadas. Então não poderei tomar um café em chávena de louça numa esplanada? É preferível o uso do plástico? Haja pachorra.

    Acresce que, finalmente, não é debitando legislação que se mudam atitudes e hábitos. Regras claras, consensuais, balanceadas e continuamente fiscalizadas são a chave de ouro para que não se vendam galinhas ao lado do queijo de Azeitão. Lembram-se da proibição de na restauração vender água em garrafa de plástico. Proibiu-se e deu em quê?!

N' O cachimbo de Magritte, este texto de Paulo Marcelo:
  • Abaixo o fascismo alimentar da ASAE
    «Pelas bolas de berlim e pelos bolos da Mexicana e do Califa. Abaixo os donuts empacotados com prazo de validade. Viva a ginginha com elas e sem elas. Viva a bica a escaldar em chávenas sujas e suspeitas. Abaixo os copos de plástico. Vivam os enchidos e as castanhas assadas enroladas em listas telefónicas. Diga não aos novos burocratas dos alimentos e da higiene pública.
    Assine esta Petição.»

    nota 1:
    É muito fácil mudar por decreto. Bastam algumas discussões acesas, um ramalhete de boas intenções e meia dúzia de palavras no Diário da República.

    Mas esquecem-se estes incansáveis legisladores que para além de se produzirem abundantes leis também é preciso zelar pelo seu cumprimento.

    Proibiu-se servir água em garrafas de plástico nos restaurantes; os temperos só podem ser disponibilizado em doses individuais; os produtos alimentares têm todos que estar embalados.

    Proibiu-se. Mas mudou alguma coisa?

    Para que serve regulamentar se se sabe que não há nem vão existir meios humanos para garantir o seu cumprimento?

    Dizem, paternalmente, que é para nossa defesa. Mas esta faz-se verificando a qualidade dos produtos servidos; analisando se o azeite servido é mesmo puro; inspeccionando se as indispensáveis regras de higiene são cumpridas.

    É mais fácil fazer leis rigorosas e para manter o sol sem passar pela peneira, por vezes é preciso ir para as televisões com umas acções de choque.

    A ASAE está simplesmente a ser parte do faz de conta que se olha pela segurança alimentar e económica. Não precisamos que se verifique se o azeite está a ser servido em doses individuais. Precisamos, sim, que seja verificado se o produto é de qualidade.


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Porque é que na cerimónia do tratado de Lisboa estava a bandeira portuguesa em tão grande plano?

Para que na China os produtores de brindes vejam bem que temos castelos e não pagodes.


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blog & roll

Um blog com textos imaginativamente escritos:

http://piscoiso.blogspot.com

Vale a visita.


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última hora #5

A nova hierarquia das borlas:
- "Europeu" almoça à borla;
- Lisboeta anda de electrico sem pagar;
- O deserto e a paisagem vão ao museu ver os quadros.


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última hora #4

Às 12h49, hora de Lisboa
Foi oficialmente aberta a fuga ao referendo prometido.


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última hora #3

I do need to sign?! I'm sorry, but in Britain we only sign the receipt after the menu's served.


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última hora #2

Be a millionaire. Sign a new EU petition.


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última hora #1

~ última hora ~  última hora ~ última hora ~ última hora ~ última hora ~
Caneta de prata usada para matar lobisomem.
Ou seria bala de prata para assinar tratado?


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SPAM

Vale a pena (re)visitar este sketch dos Monty Python e que, dizem, acabou por baptizar o uso desnecessário e abusivo de alguma coisa como spam.

Duas curiosidades, saidinhas da Wikipedia (links: SPAM, a comida; sobre o episódio)

The sketch
Spam was one of the few meats excluded from the British food rationing that began in World War II and continued for a number of years after the war, and the British grew heartily tired of it, hence the sketch.






The menu
* Egg and bacon
* Egg, sausage and bacon
* Egg and spam
* Egg, bacon and spam
* Egg, bacon, sausage and spam
* Spam, bacon, sausage and spam
* Spam, egg, spam, spam, bacon and spam
* Spam, spam, spam, egg, and spam
* Spam, spam, spam, spam, spam, spam, baked beans, spam, spam, spam and spam
* Lobster thermidor aux crevettes with a Mornay sauce garnished with truffle paté, brandy and with a fried egg on top and spam
* Spam, sausage, spam, spam, spam, bacon, spam, tomato and spam (this is only in the LP version's menu, but the TV version features the Hungarian trying to order a similar item)


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José Che Sócrates

Aparentemente, Sócrates passou a fazer política como quem trava uma guerra de guerrilha. É o que se poderia dizer dos ataques surpresa com que nos brindou nos debates do orçamento e, agora,  da educação.

No primeiro caso, anunciou de rompante investimentos no sector da saúde, desviando para temas laterais o foco que normalmente incidiria na forma como o nosso dinheiro seria aplicado. Um anuncio que poderia ser feito em qualquer circunstância mas era preciso usar o elemento surpresa.

Ontem, no debate sobre a educação, repetiu a táctica. Anunciou - reparem na nuance - que o Conselho de Ministros iria aprovar um novo modelo gestão das escolas, com destaque para o regresso do papel do Sr. Director. Importantes ou apenas cosmética, estas medidas surpreendem pelo facto do PM saber de antemão o que se vai passar num futuro Conselho de Ministros. Os senhores ministros do Conselho só têm é que fazer o que o chefe lhe diz e mais nada. "Yes man" do melhor.

Quem sabe se cansado de ouvir dizer que o seu governo nada tem de esquerda, Sócrates não foi beber inspiração junto das tácticas que usou Ernesto Guevara de la Serna? José Che Sócrates, pois claro.


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ASAE

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gracinhas anteriores


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As novas caixas registadoras da electricidade

No Público online:
Consumidores vão pagar novos contadores de electricidade

E se o cliente dum qualquer supermercado visse a sua conta acrescida em 1€ para pagar uma nova caixa registadora? Grandes esquemas estes em que o Estado  (ERSE) recomenda ao Estado (Governo) que seja o consumidor a pagar os investimentos em infraestruturas duma empresa privada.


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E vão 3 anos!

É isso, 3 anos de blog.

Comecei por imaginar que iria iniciar um blog de crítica política mas cedo descobri que era tentador aproveitar o espaço para outras temáticas. Olhei para os assuntos que bloguei com maior frequência e escolhi alguns para o actual lifting gráfico.



Tem sido uma experiência interessante. Às vezes há posts que geram inesperada audiência, como aconteceu por exemplo com o mapa do deserto de Mário Lino ou com a série de posts sobre os portáteis e-escola. Estes últimos, nos meses de Setembro, Outubro e Novembro deste ano foram responsáveis por uma média diária de 800 visitantes!!! Deveras inesperado.





Por outro lado, alguns textos/imagens não geraram interesse proporcional ao gosto que me deram fazer. Foi o caso, por exemplo, da sequência caricaturas aos partidos políticos (A sátira aos partidos) e do Governo Kinder. But, no worries, os sucessos inesperados compensam estes casos :-)


E a seguir? Logo se vê o que vai saindo à medida do tempo e da imaginação. Por enquanto vou brincar um pouco mais com as tiras I-See-19 Tales, mesmo sem saber desenhar lol

Aos 36,807 leitores, na sua maioria visitantes do último ano, um obrigado deste vosso amigo virtual.


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Negociatas com os nossos impostos

Montante será dividido em duas tranches
Lisboa: acordo entre PS e PSD para empréstimo de 400 milhões de euros
04.12.2007 - 18h45
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1312750&idCanal=59


Comentário
Ontem eram precisos 500 milhões de euros para pagar a dívida. Hoje 400 já cegam. São menos 20%. Somando ao facto de que foi anunciado que o montante da dívida seria 360 milhões de euros, o que sobra vai servir para quê? Comprar chupas? Ter uma reserva para os habituais "trabalhos não previstos" nas empreitadas públicas?

Mas escreve o Público «A reunião encontra-se agora suspensa para realização reunião extraordinária do executivo camarário», pelo que ainda é cedo para dizer que estamos perante um bando de trapaceiros.